Com Cassiano há 55 dias no lugar de Buega indústria despenca para o quarto lugar dentre os cinco setores produtivos na geração de empregos na Paraíba

Publicado em 3 de junho de 2024

O setor industrial paraibano, ainda amargando a destituição, por ato judicial, do seu principal líder – Buega Gadelha – que há mais de três décadas presidia com mão de ferro a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEPB), há 55 dias sob a nova direção do jovem industrial Cassiano Pascoal Pereira, que ainda tenta segurar as rédeas do comando do poderoso Sistema, formado pela FIEP, SESI, SENAI e IEL, para dar um norte novo às diretrizes da administração, mas não tem ainda chegado a um consenso prático para unir toda a classe chamuscada pelas intervenções judiciais, acaba de sofrer uma pancada gigantesca sinalizando que se o “novo tempo” prometido pelos dirigentes não chegar imediatamente, a catástrofe se multiplicará doravante.

Segundo a nova atualização do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), apresentando dados referentes ao mês de abril confirmando que Campina Grande segue com saldo positivo para postos de trabalho, a indústria local, onde está sediada a FIEPB, registra um número vergonhoso, ficando em quarto lugar dentre os cinco setores mais produtivos da economia.

Em relação aos números no Estado a vergonha pode ser considerada ainda maior, com a indústria paraibana, mesmo mantendo o mesmo quarto lugar dentre os cinco setores produtivos, aparece com registro negativo no número de novos empregos.

Em Campina Grande o levantamento do CAGED mostra que em abril foram 3.833 contratações, ante 3.026 demissões, o que implica em um saldo positivo de 807 novos empregos. De saldo, a Rainha da Borborema tem o número de 104.354 postos de empregos formalizados.

No período citado, a alta foi puxada pelo setor de serviços, com 359 novos empregos gerados. Em seguida está a construção civil, com 246 novos empregos, depois estão o comércio com 150; indústria com 50 e ainda 2 no setor da agropecuária.

A secretária de Desenvolvimento Econômico de Campina Grande, Tâmela Fama, que comemorou o dado positivo, disse ser este um número excelene. “É um cenário animador. Mais uma vez, Campina Grande mostra sua capacidade de se reinventar, fechando mais um mês com saldo positivo na geração de emprego. E nós estamos falando dos números de abril. Mediante o histórico de proximidade com nosso motor econômico, que é O Maior São João do Mundo, o mês de maio pode trazer uma estatística ainda maior e, no segundo semestre, devemos estar celebrando também bons números no que diz respeito ao mês de junho”, ressaltou.

CENÁRIO ESTADUAL

A Paraíba obteve, novamente, um desempenho tímido, com os dados do CAGED apontando um total de 18.930 admissões, ante 18.191 demissões, o que resulta em um saldo de 739 novos empregos, número menor que o registrado em Campina Grande.

No cenário estadual, mais uma vez o setor de serviços puxou a alta com a geração de 1.292 empregos. Foram 556 postos na construção civil e no comércio 397. Já a indústria teve mais um saldo negativo, dessa vez de 1.300 empregos. E a agropecuária também fechou o mês no vermelho, com menos 207 vagas.

CENÁRIO NACIONAL

A nível de Brasil, a indústria se mantém na segunda posição, gerando um saldo positivo de 240 mil empregos. Desse total, 5.576 postos foram gerados pela agropecuária; 35.990 pela indústria; quase 32 mil postos pela construção civil; mais de 27 mil pelo comércio. E o setor de serviços, com mais de 138 mil vagas criadas, liderou a geração de empregos. Neste mês, nenhum setor fechou o CAGED negativo no plano nacional.

Óbvio que não se pode transferir a culpa pelo mau desempenho industrial ao novo dirigente da FIEPB, principalmente levando-se em conta o pouco tempo de gestão – faltando cinco dias para dois meses -, mas para o governo de continuidade que o é, o sinal vermelho se acende no pomposo edifício do Açude Velho, a exigir menos viagem sociais de Cassiano e mais reuniões com o setor produtivo, a fim de se identificar as mazelas e encontrar parceiros – públicos e privados – para botar a indústria do Estado de volta aos píncaros de outrora, em especial na Capital do Trabalho, notório e histórico celeiro industrial nordestino.

Fonte: Da Redação