Valberto José

Jornalista, habilitado pelo curso de Comunicação Social da Universidade Regional do Nordeste (URNE), hoje UEPB. Colunista esportivo da Gazeta do Sertão e d’A Palavra, passou pelo Diário da Borborema e Jornal da Paraíba; foi comerciante do setor de carnes, fazendo uma pausa de 18 anos no jornalismo.

Clássico marca os 50 anos do “Amigão”

Publicado em 6 de março de 2025

No mesmo dia da semana – um sábado – em que foi inaugurado, o Estádio “Amigão” festeja seu aniversário de 50 anos. E neste 8 de março, nada de jogo festivo: será valendo. Um clássico pelas semifinais do Certame Estadual 2025 entre Treze e Botafogo marca a data, que pode se tornar ainda mais festiva se o Galo fizer valer o mando de campo e honrar a torcida presente.

Os fenômenos astronômicos ou astrológicos parecem recompensar o time ausente na sua abertura oficial. Se o Campinense, pelo vigor de um tetracampeonato, teve o privilégio de ser o time paraibano a jogar na sua inauguração; o Treze, pela melhor colocação no campeonato deste ano, atua no cinquentenário do estádio em jogo valendo a vaga.

A grande queixa, durante a construção do estádio “Amigão”, e após inaugurado, foi sua distância do centro da cidade, onde todas as linhas de ônibus, vindas dos bairros, tinham ponto final. A maioria dos torcedores lamentava o incômodo de sua localização, obrigados a pegar dois coletivos nos dias de jogos. Passaram-se alguns anos para que o pessoal que ia a campo se acostumasse com o percurso.

As reclamações, as queixas eram constantes. Bastava o público não corresponder em determinado jogo, que a culpa recaia na distância que separava o estádio da residência da maioria dos torcedores. Com o tempo, o bairro do Catolé foi se expandindo em sua direção, em seu entorno, e ele foi se aproximando, ficando mais perto. Hoje, o “Amigão” é logo ali.

Para mim, a distância nunca foi problema, desde sua inauguração. Residindo em Patos, nem meus 16 anos de idade impediram que eu viesse sozinho assistir às festividades de sua abertura ao público, com o jogo Campinense x Botafogo do Rio. Este, time do governador Ernani Sátyro e por isso mesmo chamado para o jogo inaugural aqui, e do “Almeidão”, no dia seguinte.

Naquele 8 de março, peguei um dos primeiros horários da Patoense que se destinava a Campina Grande e me juntei aos familiares que foram ao “Amigão”, e me encantei com o seu tamanho. Além da expectativa de ver jogadores que se destacavam no alvinegro carioca, a exemplo do goleiro Wendell, o lateral Miranda, Carbone, o atacante argentino Fischer, e, claro, o técnico tricampeão do mundo, Zagallo.

Enquanto torcedores se queixavam da localização do estádio, os 178 Km de distância não foram empecilho, portanto, para eu estar presente na inauguração do “Amigão”. E nem nos jogos realizados a partir de 76, na minha volta definitiva para Campina Grande.

FICHA TÉCNICA DO JOGO INAUGURAL
Campinense 0 x 0 Botafogo (RJ)
Local: Estádio Ernani Sátyro (Amigão))
Renda: Cr$ 129.786,00
Público: 22.214
Juiz: Jarbas Ferreira
Escalação do rubro-negro paraibano – Olinto, Edvaldo, Paulinho, Nanã Reis (Deca) e Agra; Vavá e Dão, Porto (Jorge Flávio), Erasmo (Carlinhos), Pedrinho Cangula e Valnir.
Técnico: José Lima.
O alvinegro carioca – Wendel, Miranda, Mauro Cruz (Chiquinho Pastor), Osmar e Dodô (Tiquinho); Carbone, Marcos Aurélio (Rogério), Ademir Vicente; Cremilson, Puruca (Fischer) e Nilson Dias (Ferretti).
Técnico: Zagallo.