Clã Ribeiro cola em João e Cícero para tomar espaço do Republicanos na chapa de 2026

Publicado em 16 de outubro de 2024

A recente eleição de 2024, para o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, foi um jogo mal jogado. Suas duas legendas, PSD e PP, saíram das urnas de Campina Grande – segundo maior colégio eleitoral do Estado – com um desempenho pífio. Amargaram a maior derrota – cinquenta anos de sua história política – desde 1974, estreia de Enivaldo.

A senadora Daniella Ribeiro, que há seis anos despontou como a nova liderança da cidade, campeã de votos, derrotando até o “mito” Cássio Cunha Lima, neste ano de 2024 não conseguiu reeleger sequer Eva Gouveia, herdeira do maior patrimônio político de Campina, construído pelo saudoso Rômulo Gouveia. O “gordinho” foi o único candidato a vencer Ronaldo Cunha Lima na Rainha da Borborema, quando o ex-governador disputou seu último mandato para a Câmara dos Deputados. O PP de Aguinaldo, cujo sobrinho é vice-governador (Lucas Ribeiro), elegeu apenas um vereador.

Obcecado para alcançar o governo do Estado a partir de 2026, sonhando com Lucas Ribeiro assumindo o governo – poder de caneta – e se impondo como o único candidato à sucessão do governador João Azevedo, Aguinaldo e Daniella apostaram todas as fichas na reeleição do prefeito da Capital Cícero Lucena, e abandonaram Campina Grande. No primeiro debate do segundo turno, realizado pela TV Arapuan, entre Cícero Lucena e Marcelo Queiroga, Cícero mencionou a construção de uma obra de 50 milhões de reais – dinheiro em caixa – fruto de uma emenda do deputado federal Aguinaldo Ribeiro. E para Campina Grande, que elegeu Daniella, quanto ele destinou?

Numa sessão do Senado, Daniella tentou desqualificar o senador Veneziano Vital do Rêgo, acusando-o de obstruir um projeto de sua autoria para o Senado Federal autorizar empréstimo de 200 milhões de reais para a Prefeitura da Capital (?).

O governador João Azevedo passou diversos “vexames” em Campina Grande, em suas visitas à cidade. Nas entrevistas coletivas mostrava aprovação de sua gestão, mas não conseguia indicar um nome para disputar a PMCG. Só enxergava Romero Rodrigues, que nunca foi seu aliado. Por que não bateu na mesa e repetiu o gesto de João Agripino em 1968? O candidato é meu vice, Severino Cabral. Ponto final. Por que João Azevedo tem medo de enfrentar Aguinaldo, e sempre faz o jogo do PP?

Sem ter mais o que falar, responder ou justificar a mídia a sua falta de pulso como governador e liderança política, João Azevedo em uma de suas visitas a Campina, respondendo a indagações (quebra-queixo) de reporteres sobre quem seria seu candidato, respondeu: “poderá ser até o Dr. Johnny, aqui ao meu lado”. O secretário pegou na palavra. Transformou a suposição, numa indicação. Mas, como botar o bloco na rua? Sair com quem? Para descascar o abacaxi, procuraram quem? O fiel escudeiro Adriano Galdino, “soldado Rowan” para entregar uma “mensagem a Garcia”.

Adriano tinha que se fortalecer ainda mais em suas bases para trabalhar e garantir seu espaço, ao lado de seu irmão Murilo Galdino, deputado federal. Aceitou calado o desafio. Uma “casca de banana” posta em seu caminho pela entourage mancomunada com Aguinaldo Ribeiro, que determina as ações e decisões do governador João Azevedo. Esperavam um fracasso retumbante de Adriano em Campina.

O presidente da ALPB mostrou seu valor em combate. Tirou da sala de estar da Casa de Ivandro o presidente da Câmara Municipal Marinaldo Cardoso e o pôs como vice. Foi uma pancada na cabeça, que deixou os Cunha Lima tontos até hoje. Escalou seu irmão Murilo para comandar a campanha.

Johnny Bezerra nunca tinha disputado uma eleição para síndico de condomínio. É um neófito político, distante de todos os Clãs. Num esforço hercúleo, levaram 79.471 eleitores campinenses a escolherem seu nome no primeiro turno, e levaram o pleito (jogo) para uma decisão por pênaltis.

Temendo uma derrota de Cícero em João Pessoa para desestabilizar o presidente da ALPB Adriano Galdino, Aguinaldo já se antecipa e sugere a criação de um “bloco independente” na ALPB, para fragilizar a liderança de Adriano Galdino.
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*Mensagem a Garcia – Durante a guerra Hispano-Americana, o soldado Rowan foi escalado por seu comandante para entregar uma mensagem do presidente norte-americano McKinley, ao general Calixto Garcia, por trás das linhas inimigas. Rowan não perguntou onde estava o general, nem como encontrá-lo. Duas semanas depois, retornou e relatou ao seu comandante: missão cumprida. Andrew Summers Rowan foi promovido a Tenente. A mensagem levou os Estados Unidos a vencer a guerra.

Fonte: Da Redação (Por Júnior Gurgel)