Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

CHAPA 2026 SEM ADRIANO GALDINO É MANOBRA PERIGOSA DE HUGO E WILSON SANTIAGO

Publicado em 12 de outubro de 2023

O tema melindroso, em tese, deveria ser abordado somente no distante 2025. Inexplicavelmente, é posto como imposição agora (2023), num curto espaço de onze meses para as eleições municipais de 2024, ocasião de reconfiguração no mapa político do Estado, momento parturiente de surpresas, com mudanças radicais nos destinos de alguns dos 223 municípios, acarretando surgimento de novas lideranças locais.

Quem garante a recondução compacta – com desempenho triunfante – dos líderes que compõem hoje as bases de Hugo Mota, Aguinaldo Ribeiro, Wellington Roberto, Wilson Santiago… Indiscutivelmente ocorrerão baixas nestas tropas. Não chegarão incólumes para a grande batalha de 2026. Principalmente prefeitos postulantes à reeleição, ora vivendo as agruras provocadas pelas quedas nas receitas (FPM/ICMS), fator preponderante e comprometedor para suas performances, no instante que mais precisam “mostrar serviços”, ou fechar sua agenda de promessas ainda da campanha de 2020.

No Site Política Paraíba – apuração de Sony Lacerda – um texto relata confissão de “frustração” do deputado Adriano Galdino, presidente da ALPB, por ter sido preterido da vaga de vice-governador, fato ocorrido numa reunião entre o governador João Azevedo e os “caciques” do PP, Republicanos e PSB. Um sentimento legítimo para quem vem “carregando o piano”. O correto seria respeitá-lo e valorizar seu trabalho, convidando-o para ocupar um dos quatro espaços. Diante de sua recusa ou ponderações, o diálogo evoluiria, com Adriano Galdino na posição de mediador.

Defenestrá-lo por antecipação, antes do resultado das eleições do ano vindouro, se configura num malfadado erro primário, ato soberbo e desagregador, com desdobramentos imprevisíveis. A oposição agradece. Seu acerto depende destes tipos de erros, provocados voluntariamente pela situação.

A precipitada “ansiedade de Hugo Mota, ao lado de Wilson Santiago com sua “bola de cristal” – sem combinar com o povo – força a formação de uma chapa composta por João Azevedo e Hugo para o Senado, Lucas Ribeiro no governo disputando a reeleição, e o vice viria de um outro partido, já com endereço certo, o União Brasil. Se o propósito for “cristalizar” esses nomes ao longo do tempo, levando a mídia a “comprar a ideia”, seus mentores estão cometendo um desacerto elementar: “política se faz com fatos novos”. Três longos anos! Aventura afoita, semelhante a uma caravana na travessia do Saara, sem reservas d’água, bússolas (povo) e mapas indicadores de oásis.

Segundo Sony Lacerda, quando estavam “costurando” a chapa majoritária de 2022, Adriano Galdino pôs seu nome à disposição para a vaga de vice, e foi rejeitado. Neste segundo momento, fica explicitada a “miopia” de seus pares colegiados, contumazes recalcitrantes, que não o enxergam configurado num perfil de governador, senador e sequer vice? Lealdade comprovada, tem a deslealdade como reciprocidade?

Conjecturando sobre o “se”, imaginemos “se” Adriano Galdino, ao lado de seu irmão Murilo, que juntos somaram 172.220 votos, tivessem cruzado os braços e ensarilhado suas armas no segundo turno? A maioria de João sobre Pedro foi de 117.041. João teria sido derrotado. E numa perspectiva do “se”, os dois tivessem ido para a revanche, apoiando Pedro? Kennedy era cristão. Defendia o perdão, mas não o esquecimento. Pelo visto, Adriano é dos Cristãos, que perdoa e esquece.