Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

CARÊNCIA DE GOVERNANÇA

Publicado em 4 de julho de 2024

A crise econômica imposta ao país pelo atual presidente atesta sua incapacidade gerencial, enxergada na visão do saudoso ex-ministro José Américo de Almeida – cunhador da frase “governar é contrariar interesses”. Lula interpreta inversamente e confunde seu papel, com um perdulário “papai Noel” de plantão.

Do operário mais simples, ao bem sucedido empresário, a palavra “orçamento” pode até ser desconhecida. Porém na prática todos sabem que não se pode gastar acima dos seus ganhos. Gera endividamento, e logo se transforma numa bola de neve.

O Brasil tem como cumprir sua meta fiscal ainda este ano, apresentar superávit e reduzir a taxa Selic. Basta determinação do presidente em abandonar o palanque (projeto político/eleitoreiro fora de época) e abraçar o programa Brasil. Construiria uma performance de estadista, e se livraria da anacrônica imagem “populista”.

Renomados comentaristas econômicos, que vivem só a instantaneidade dos fatos, criticam e não apresentam soluções, o que sugere perda de memória. Como o Brasil se recuperou da quebradeira, com um PIB negativo de – 6% em 2016? Por que não adotar ou reeditar medidas e métodos utilizados pelos ex-presidentes Michel Temer, sequenciado na gestão Jair Bolsonaro? Cortar gastos imediatamente, seria a primeira medida para mostrar austeridade e controle com o dinheiro arrecadado dos impostos pagos pelos contribuintes. Grave é o fato, que toda a mídia sabe onde está o furo – no casco do barco – adernando, e ninguém tem coragem de apontar o rombo dos famigerados programas sociais, como o sorvedouro do erário público.

Até 2019 o Bolsa Família consumia 38 bilhões de reais do OGU (Orçamento Geral da União). O governo Bolsonaro iniciou planejamento para relocar e inserir seus beneficiários no mercado de trabalho. Este cancro tinha que ser extirpado. Mas, infelizmente, veio a Pandemia Universal do COVID-19. Paralisação completa de toda a economia global. Em alguns países, por 10 meses. Noutros um ano. No Brasil se perpetuou (?). Os beneficiários da época continuam recebendo auxílio do governo.

Rodrigo Maia, então presidente da Câmara dos Deputados, quis usar a Pandemia e “armou” para cassar o mandato do presidente Bolsonaro, que jamais trocou figurinhas com ele, por divergir do “toma lá, dá cá”. Arbitrou um mínimo de 600 reais per capita, com distribuição aleatória para jovens, estudantes, solteiros e empregados. Destinou 1.200 reais para pais ou mães, chefes de família. Além de ajudar as empresas manter a folha de pagamentos, dispensando impostos, prorrogando dívidas bancárias, tudo para evitar demissões e falência do setor empreendedor. Como o governo não tinha caixa, furaria tetos orçamentários, e seria cassado por improbidade administrativa.

O Congresso votou um “Orçamento de Guerra” provisório, até o fim da pandemia. Torrou 700 bilhões de reais, a serem devolvidos ao Tesouro a partir de 2027. O Auxílio Brasil saltou de 38 bilhões de reais, para 237 bilhões em 2023. Praticamente o orçamento da saúde e educação juntos. Uma irresponsabilidade sem precedentes. Por que não cortar tudo “pelo pé” imediatamente? Passar um pente fino no Bolsa Renda e voltar aos 38 bilhões, ou menos? A sobra seria de 200 bi. Um superávit que recuperaria a saúde financeira do país.

A resistência está no “populismo” político. Toda medida de desembolso emergencial ou temporária do governo se eterniza. O COFINS – Contribuição temporária criada em 1982, foi a primeira. Bolsa Renda, a segunda; BPC, os vales (gás) dentre outros… O único que o Congresso derrubou foi a CPMF, que tinha prazo e estava se institucionalizando como imposto, ou bitributação, colidindo com o IOF. Crie coragem Lula! Use a “Tramontina”, como fez Temer e Bolsonaro, e deixe o Brasil avançar.