

Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
CÂMARA DOS DEPUTADOS PEITA STF E SUSPENDE PROCESSO CONTRA O DEPUTADO FEDERAL ALEXANDRE RAMAGEM
Publicado em 8 de maio de 2025Enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (ontem 07/02/2025) puxava uma passeata da antiga Estação Rodoviária de Brasília, até o Congresso Nacional, dentro da câmara dos deputados, a CCJ reunida, debatia o destino do deputado federal Alexandre Ramagem, incluído na lista dos suspeitos dos atos do 08/01/2023. Contra ele, as acusações de participar de uma organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, atentado ao Estado de Direito Democrático e invasão com depredação ao patrimônio público tombado. Discursos mornos, governistas acusando um colega de parlamento, todo dentro da normalidade previsível. O parecer da Comissão iria beneficiar, em parte, o deputado Alexandre Ramagem.
De repente, entra em cena Nicolas Ferreira. Despejou um tonel de gasolina, sobre um fogo-fátuo. Chamas pequenas e raras, transformaram-se em grandes labaredas, incendiando o ambiente. Iniciou sua intervenção, lendo um ofício do Ministro Cristiano Zanin, determinando ao presidente da câmara que inocentasse em apenas dois, dos cinco crimes, que o STF acusaria Ramagem como réu. Engrossando o caldo, Nicolas partiu para o ataque. Elucidou (ao indagar) o que todos sabem, mas, não falam. “Onde está o arsenal apreendido, pertencente a organização criminosa armada? As únicas armas apreendidas até hoje, e no 08/01/2023, foram um estilingue e um batom. Qual o Ministro de Estado, membro do governo, presidente ou vice, que foram cercados, presos ou ameaçados? O Estado Democrático de Direito, permite manifestações, mesmo que ocorram fatos desagradáveis, ou fora de controle, como as cenas de vandalismos praticadas por “infiltrados” nas manifestações de 2013, que culminaram na morte de um Cinegrafista, atingido com fogos de artifícios, atirados contra ele pelos Black-Bloc ou “Antifa”.
Continuando, acrescentou: “o STF queria tirar meu mandato, porque botei uma peruca feminina no momento que estava na inviolável tribuna, exercendo minhas prerrogativas como legítimo representante do povo. Até quando esta casa vai se curvar aos caprichos dos togados? Classificou todo o processo dos atos do dia 08/01/2023, como uma “palhaçada”. Perseguição política, gestos de autoritarismo… Na medida que se estendia em seu discurso, começaram os gritos e aplausos em seu apoio. O presidente pediu tempo para que o deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil – AL) apresentasse seu relatório. Alfredo Gaspar gritou mais alto que Nicolas. Ao terminar a sessão, furiosos, todos partiram em busca do gabinete do presidente Hugo Motta, e exigiram votação em plenário imediatamente. O plenário da câmara, e não o STF, era quem decidia a inocência de Alexandre Ramagem. Nada de ouvir, nem consultar o “Colégio de Líderes”. Chega!
Por volta das 20:00hs, algo inédito aconteceu. Estavam em plenário 463 deputados. O presidente Hugo Motta, após ouvir o relator e outros oradores, pôs em votação. No painel apareceu 315 votos favoráveis à suspensão do processo do STF, contra Alexandre Ramagem. O governo só conseguiu 143, e uma abstenção.
Perplexos, comentaristas políticos, “petistas” e “governistas”, não conseguiam explicar o que acabaram de testemunhar. Caiu por terra, a historieta que não havia “clima” para votar a Anistia. O plenário votou ontem uma Anistia, ao acompanhar o relator, que desconheceu a existência de golpe de Estado, Atentando ao Estado Democrático de Direito e inexistência de organização criminosa armada. O líder do PT, Lindbergh Faria, balbuciava a um repórter, que os efeitos da decisão plenária, não alcançaria Bolsonaro nem os coautores (?). O Plenário decidiu que não existiu autor. Tudo não passou de uma manifestação espontânea.
Contestar sobre as urnas eletrônicas e resultado das eleições, é permitido em toda democracia do planeta. A tentativa de querer atiçar o STF, contra a Câmara dos Deputados, não deve prosperar. O país quer paz, Anistia e voto impresso. Em 2026, que vença o melhor, escolhido pelo povo.