Brasil pode impulsionar desenvolvimento de empresas francesas, diz presidente da CNI

Publicado em 28 de março de 2024

Ao abrir o Fórum Econômico Brasil-França, Ricardo Alban convidou o setor produtivo francês a ampliar investimentos no Brasil e reforçou a posição privilegiada do país em relação à economia verde

As oportunidades e os desafios das relações econômicas entre Brasil e França foram foco do encontro entre representantes dos governos dos dois países e pelos respectivos setores empresariais das economias, nesta quarta-feira (27). O debate ocorreu no Fórum Econômico Brasil-França, com a participação de uma delegação de 80 empresários franceses. O presidente francês Emmanuel Macron também esteve presente no encerramento do fórum.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, abriu o evento reforçando o apoio ao investimento de empresas francesas no Brasil e destacando a posição privilegiada do país em relação a agendas como a da transição energética. Para Alban, além de fortalecer os vínculos entre os países, as economias podem encontrar caminhos conjuntos para demandas globais, como a promoção de uma economia de baixo carbono e o aumento da competitividade das indústrias.

“A dinâmica das nossas relações econômicas se baseia tanto no comércio quanto no investimento. Para as empresas francesas, o Brasil pode ser muito mais do que um simples mercado, pode ser parte da estratégia de desenvolvimento global dos negócios”, afirmou Alban.

De acordo com o presidente da CNI, o Brasil tem vantagens geográficas, recursos naturais abundantes e uma matriz energética diversificada que podem impulsionar a nova indústria. Com esses fatores, se torna possível construir um setor industrial mais forte, dinâmico e inovador, capaz de promover o desenvolvimento econômico e social e a criação de empregos de qualidade. “Neste contexto, é fundamental continuarmos aprimorando as relações comerciais e de investimento entre os nossos países”, analisou.

Acordo Mercosul-UE pode fortalecer a relação bilateral

Ricardo Alban reforçou, mais uma vez a confiança da indústria de que um instrumento que pode fortalecer estrategicamente as relações entre Brasil e França é o Acordo Mercosul-União Europeia.

“Reconhecemos alguns desafios que tanto o Brasil quanto a França enfrentam em relação ao tratado. Estamos confiantes de que, a longo prazo, os benefícios da integração das duas regiões vão superar as adversidades iniciais, proporcionando expressivos ganhos para Brasil e França e para os demais signatários do acordo”, disse o presidente da CNI.

Plateia com pessoas em roupas formais

Brasil é o principal mercado para os investimentos franceses em países emergentes

Ao reforçar a busca pela melhoria do ambiente de negócios e pela ampliação do fluxo de comércio e de investimentos bilaterais, o presidente da CNI lembrou que o Brasil é o principal mercado para os investimentos dos franceses em países emergentes. Atualmente, a França é o 5º investidor direto no país e tem mais de 1.150 subsidiárias de empresas estabelecidas em território brasileiro, que empregam 520 mil pessoas e faturam 61 bilhões de euros por ano.

Participação brasileira no mercado francês ainda é baixa

A França é o 15° parceiro comercial do Brasil, com 1,45% de participação no mercado. Em 2023, as exportações brasileiras para o país somaram USD 2.932 bilhões, e as exportações US$ 5.504. Nos últimos cinco anos, as exportações cresceram 11%, e as importações, 12%.

A participação brasileira no mercado francês ainda é baixa, de apenas 0,5%. Embora a pauta exportadora seja relativamente diversificada, há necessidade de buscar equilíbrio no comércio bilateral. Esse objetivo deve ser alcançado ampliando vendas de produtos de médio e alto valor agregado.

Para Alban, há espaço para equilibrar a balança comercial dos dois países. Enquanto a França é o 9º maior fornecedor do Brasil, país ocupa o 36º lugar na lista dos que exportam para a França.

Nova Indústria Brasília

O plano Nova Indústria Brasil, lançado pelo governo em janeiro deste ano, tem como objetivo reverter o cenário atual e impulsionar o setor industrial ao longo da próxima década. A nova política industrial coloca a inovação e a sustentabilidade no centro da estratégia de desenvolvimento econômico do país.

Com R$ 300 bilhões disponíveis para o financiamento de diversas ações, o pograma é guiado por missões e metas que se relacionam com as vantagens competitivas do país, como a biodiversidade, e buscam a revitalização da indústria em bases modernas, conectadas com os novos padrões globais.

Fonte: Assessoria