Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

BRASIL: DEMOCRACIA CONDICIONADA ÀS INTERPRETAÇÕES DO MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES

Publicado em 10 de janeiro de 2025

Na busca de um parâmetro (comparativo), reflexão nos leva a indagar qual a diferença entre as decisões autocráticas da Suprema Corte da Venezuela e as do STF do Brasil? Nenhuma, os brasileiros ainda não perceberam que ambas são absolutamente idênticas. Politizadas e partidarizadas, desprezam a democracia.

No Brasil, usurparam e acuaram os poderes Constitucionais do Parlamento e do Executivo.

Na Venezuela, a pequena diferença é sobre quem comanda. O Ditador Nicolás Maduro com mão de ferro, apoiado pela Guarda Nacional Bolivariana – maior que o Exército de existência figurativa – foi orientado por alguém que leu Nicolau Maquiavel e encarnou a tese para se manter no poder: “é preferível ser temido que amado”.

Todos os venezuelanos estão reféns e jugulados a seus desejos. Quem se opuser, será preso, torturado, expatriado ou “desaparecido”. Líder do narcotráfico internacional, quando não compra a peso de ouro seus opositores os extermina. Não é à toa que os Estados Unidos – maior mercado consumidor da cocaína – oferecem 150 milhões de dólares para quem o prender. Pura hipocrisia, a oferta é por sua cabeça e para quem matá-lo. A esperança é que um outro “Maduro” resolva eliminá-lo. O caos se instalaria, e a porta seria aberta para entrada da comunidade internacional, que suspenderia os embargos econômicos, exigindo em troca uma eleição direta, livre e justa.

Não há registros na história que aponte uma Corte Superior de Justiça de uma nação, realizando um ato comemorativo, a uma dissimulada “armação” de tentativa de golpe de Estado. Mas, no excêntrico Brasil, aconteceu. Após o vergonhoso fiasco de Lula, tentando rememorar o 08/01/2023 – como vítima – para um séquito dos “supersalariados” presentes no Palácio do Planalto, e na praça dos Três Poderes, o STF fez seu ato festivo na sua Corte. A dupla de oradores, Edson Fachin e Alexandre de Moraes – um “descondenou” Lula, outro o elegeu – expuseram suas arrogâncias.

Alexandre de Moraes, que foi ovacionado no Palácio do Planalto pelos “supersalariados”, teve seu ego massageado. Quebrando o espelho, “Narciso” em seu discurso mostrou que ele é quem manda no país. “Não permitiremos a liberdade nas redes sociais”. E adjetivou os bilionários das Big Tech, Mark Elliot Zuckerberg e Elon Musk, como irresponsáveis. “Aqui não é terra de ninguém, no Brasil temos Leis, o STF jamais permitirá redes sociais sem regulamentação” (censura). Mas, quem elabora as leis é o Parlamento (?). Quem as promulga é a Presidência da República. Onde se insere o superpoder do ministro Alexandre de Moraes, se impondo sobre seus pares do STF?

Foi um superministro que teve em suas mãos – por decisão da ministra Carmem Lúcia – poderes ditatoriais, ferindo cláusula pétrea da Constituição, impondo censura em quem bem entendesse, na campanha que elegeram Lula e derrotaram Bolsonaro. Ficou acima da Constituição, e não teme mais o Parlamento, Presidência da República, CNJ muito menos a força do povo.

Esquece o ministro a predominância do poder econômico, do grande capital sionista transnacional. Força secular que determina o destino das nações e dos governos nos cinco continentes. Se tivesse um mínimo de conhecimento da história, e noções de geopolítica, investigaria os motivos que levaram Elon Musk a comprar o Twitter e Zuckerberg – que havia banido das redes sociais da Meta Donald Trump em 2020, de repente mudar de ideia. Hoje está ao seu lado e denunciando a existência de “Tribunais Secretos” na América Latina, que controlavam postagens, removiam conteúdos e excluíam democratas formadores de opinião. AGU e MPF puseram a carapuça: deram o prazo de trinta dias para ele nomear o país. Parece brincadeira…Reação raivosa de um Pit Bull, cercado por leões.