Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

AVANÇO DA RECESSÃO

Publicado em 25 de agosto de 2023

A queda ininterrupta na arrecadação de tributos, desde a instalação do governo Lula III, é um sinal inconfundível do arrefecimento do consumo, trazendo a reboque falência de empresas, desemprego, atrofiamento na renda – proveniente do trabalho informal – redução drástica no faturamento das microempresas… Para fechar o quadro de pessimismo, desabastecimento em médio prazo, provocado pela inadimplência, tendo como consequências corte nas linhas de créditos e financiamentos, responsáveis pela sobrevivência e equilíbrio de toda a cadeia produtiva do país.

A crise financeira vivida pelas prefeituras de todo o Brasil – de forma mais acentuada no Nordeste – em função da desaceleração de suas receitas e aumento em seus custos fixos, é um prenúncio de dias sombrios, deixando patente a inevitável volta do êxodo das populações vulneráveis, se deslocando para as regiões Sul/Sudeste, “inchando” as metrópoles, aumentando a fome e violência em suas periferias.

O movimento altruísta e suprapartidário da FAMUP (Federação dos Municípios da Paraíba) engrossou suas fileiras com o apoio do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adriano Galdino, e hoje foi respaldado pelo governador João Azevedo, confessando a retração do FPE, que se persistir compromete seu programa de governo, não obstante ao seu confortável equilíbrio gastando menos do que arrecada.

O Governo do Estado tem saúde financeira para “queimar gordura”, por algum tempo, porém não deve ignorar a existência de um limite. O prolongamento desta política fiscal (entesouradora) do Governo Federal – seu aliado – terminará atingindo a carne, e num futuro próximo só restarão os ossos de um corpo depauperado pela inanição. Na plataforma Instagram, João Azevedo anunciou a convocação de um encontro – marcado para os primeiros dias de setembro – com presença de todos os governadores que compõem o Consórcio Nordeste, entidade que preside.

O momento de pôr um freio na equipe econômica do Governo Federal é agora. Conter os ímpetos de amadores vaidosos, inibindo suas aventuras de “brincarem de governo” é responsabilidade do Congresso Nacional na elaboração da LDO, que norteará o orçamento de 2024. Da maneira como está sendo confeccionado, metade será contingenciado e com uso da “contabilidade criativa”, parturiente de pedaladas fiscais.

Para atenuar a quebradeira de Estados e Municípios, a alternativa emergencial é usar mais uma vez a rubrica destinada a “catástrofes” ou “Estado de Guerra”. Ou, corte de 50% nos programas sociais, apontados no duvidoso ‘CADUN” – Cadastro único, que distribui dinheiro sem critérios ou avaliações, para quem não necessita de ajuda. A recessão avança. Ontem, os mais céticos futurologistas do mercado previam crescimento do PIB em 1% (2023) e -0,5% em 2024. Tem ainda quem sonhe com redução da taxa Selic? Repetimos mais uma vez: Reforma Administrativa já.