Aumento no preço dos insumos é o maior problema da construção há 24 meses

Publicado em 29 de julho de 2022

A taxa de juros elevada e a falta ou o alto custo de trabalhador qualificado também são destaques, segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)

A falta ou o alto custo dos insumos continua sendo, pelo oitavo trimestre consecutivo, o principal problema da construção. A taxa de juros elevada e a falta ou o alto custo de trabalhador qualificado também são destaques. As informações fazem parte do estudo “Desempenho Econômico da Indústria da Construção – segundo trimestre de 2022”, divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), nesta segunda-feira (25). Participaram do levantamento mais de 400 empresas. Confira a íntegra do estudo abaixo:

Sondagem Indústria da Construção.pdf (557,4 KB)

O evento contou com a participação do presidente da CBIC, José Carlos Martins, da economista da entidade, Ieda Vasconcelos, e do gerente-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mário Sérgio Telles, que apresentou a Sondagem da Indústria da Construção.

Segundo a pesquisa, a falta ou o alto custo de matéria-prima foi o principal problema citado por 47,7% dos empresários. A taxa de juros elevada foi destacada por 29,8% dos entrevistados. Já a falta ou alto custo de trabalhador qualificado foi relatada por 20,3%.

De acordo com Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), realizado pelo Fundação Getúlio Vargas (FGV), os três insumos que mais sofreram aumentos nos custos entre julho de 2020 a junho de 2022, foram: vergalhões e arames de aço ao carbono (99,60%), tubos e conexões de ferro e aço (89,43%) e tubos e conexões de PVC (80,62%).

Expectativa para o PIB

A CBIC aumentou, pela segunda vez consecutiva em 2022, a projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Construção Civil. Segundo a economista da entidade, o ciclo de negócios em andamento, iniciado nos últimos dois anos, tem garantido o ritmo de atividade do setor. Para o segundo semestre é aguardado, também, um maior  impacto do ritmo de atividades originário das famílias, com pequenas obras e reformas.

Ieda ainda mencionou que as novas medidas para o Programa Casa Verde e Amarela proporcionarão efeito positivo na atividade do setor, e poderão começar a ser sentidos nos últimos meses deste ano. No entanto, de acordo com ela, o setor ainda está longe de recuperar as perdas dos anos anteriores.


“Pelo segundo ano consecutivo a Construção crescerá acima da economia nacional. Entretanto, mesmo considerando a alta de 3,5% do em 2022, o setor ainda registra queda em seu PIB de 23,44% no período 2014 a 2022”, disse.


Os últimos resultados do PIB, divulgados pelo IBGE, indicam que a Construção Civil, na série trimestre contra trimestre imediatamente anterior, com ajuste sazonal, cresce há sete trimestres consecutivos. “Essa sequência de números positivos ainda não tinha sido observada na série histórica do indicador, iniciada em 1996. Estes resultados fazem parte do ciclo positivo de negócios em andamento, que foi iniciado no 3º trimestre de 2020” e mostram a importância do setor para o País”, afirmou a economista Ieda Vasconcelos.

Mercado de trabalho

O mercado de trabalho da construção continua gerando resultados positivos e em patamares mais elevados do que os observados no período pré-pandemia. Os resultados dos primeiros semestres de 2021 e 2022 são os melhores para o período desde 2012, quando se analisa a série do Caged e do novo Caged.

Em maio deste ano, o número de trabalhadores com carteira assinada alcançou o maior patamar desde novembro de 2015. Além disso, o mercado de trabalho formal alcançou resultados positivos em quase todos os estados, sendo São Paulo (SP), Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ), os destaques na geração de novas vagas na construção.

O setor já gerou mais de 430 mil novas vagas com carteira assinada no período pós pandemia (entre março de 2020 a maio de 2022). A construção de edifícios representou mais 175.64 novas vagas. Obras de infraestrutura: 93,961 e serviços especializados para a construção: 166.368.

Atividade

Conforme a Sondagem da Indústria da Construção, realizada pela CNI, com o apoio da CBIC, o setor, com a contribuição de todos os seus segmentos (construção de edifícios, serviços especializados para construção e obras de infraestrutura) encerrou o primeiro semestre de 2022 com o maior patamar de atividades desde outubro de 2021. A economista da CBIC ressalta que, em junho, o patamar alcançado é o maior para o período desde 2011 e supera, inclusive, o bom desempenho de 2021.

“O bom desempenho da Construção exerce efeito positivo em toda a economia nacional, em função da sua extensa cadeia produtiva. Isso significa que mais atividade na Construção, é mais renda, mais emprego e mais geração de tributos em toda a economia nacional. E isso merece ser destacado. Num momento em que o país busca consolidar o seu processo de crescimento, a Construção Civil segue se destacando e contribuindo de forma estratégica”, ressaltou Ieda Vasconcelos.

Fonte: Assessoria