Atacando João Azevedo, senador é contra privatizar CAGEPA esquecendo de que quase fatiou empresa quando era prefeito

Publicado em 20 de maio de 2022

Portal da Capital mostra incoerência de Veneziano em relação à CAGEPA

Principal marca da personalidade do senador Veneziano Vital do Rego (MDB), a incoerência voltou a figurar na sua pauta e desta feita, para não fugir à regra, com objetivo claro de posar bem na fita e encontrar algo que ele entende possa vir a diminuir o valor político-administrativo do seu oponente atual, o governador João Azevedo (PSB), a quem traiu meses atrás depois de receber todas as benesses possíveis e imagináveis da gestão estadual, inclusive mantendo a esposa como titular de uma Pasta importante no primeiro escalão do Governo.

Em entrevista à imprensa campinense no começo da semana, Veneziano reforçou a posição contrária à privatização da CAGEPA, que ele acredita esteja sendo defendida por João, mas esqueceu de lembrar ter sido ardoroso defensor da tese quando foi prefeito de Campina Grande e entrou na Justiça para “municipalizar” os serviços da empresa no Município, o que significa a mesma coisa que privatizá-la.

Na incoerência de agora, obviamente com claros propósitos eleitoreiros, o senador diz que uma privatização da empresa prejudicaria principalmente as pequenas cidades paraibanas. E reafirmou compromisso de que não irá privatizar a CAGEPA acaso venha a se eleger governador, dizendo que a companhia, diferentemente do que dizia no passado, “precisa ser fortalecida e valorizada”, embora reconheça que tenha defendido algumas parcerias público-privadas para oferecer melhorias em alguns setores.

Para Veneziano, a CAGEPA é superavitária e pode melhorar para desenvolver um serviço de excelência, voltado à população do Estado como um todo, sobretudo nas pequenas cidades. –

Plano de Governo levado ao TRE mostra que Veneziano continuava querendo “fatiar” a companhia

– “O MDB acha que entregar patrimônio público irá resolver os problemas de esgotamento sanitário e de abastecimento? Claro que não! Pergunte qual é a segurança que um município pequeno terá, na manutenção dos seus serviços de abastecimento de água, por uma empresa privada. Tem candidato que há mais de dez anos tem o desejo de se desfazer da CAGEPA”, exultou com enorme amnésia em relação ao seu pensamento de dez anos atrás quando queria fatiar a empresa estadual sem que a preocupação com os pequenos Municípios tivesse foco.

Ele disse que, da mesma forma como se posicionou contra a privatização da Eletrobrás, também é contra a privatização da CAGEPA.

– “O que precisamos é mais investimentos na empresa para a melhoria dos seus serviços. Precisamos é melhorar a empresa, isso sim”, advertiu.

O PENSAMENTO PRETÉRITO 

Quando prefeito de Campina Grande, a municipalização da Companhia de Água e Esgotos (CAGEPA) foi ardorosamente defendida por Veneziano Vital do Rêgo. Ele afirmava que a empresa não dispunha, no Município, das mínimas condições de trabalho e que estaria prestando um péssimo serviço à coletividade.

– “O pior é que muita gente confunde os serviços da CAGEPA com os realizados pela PMCG e, em muitas ocasiões, a gestão municipal vem sendo vítima de críticas injustas por alguns segmentos da opinião pública”, justificava.

Na época, Veneziano deu como exemplos um “péssimo serviço na Rua 13 de Maio”, onde a empresa abriu teria aberto um buraco e não realizou qualquer recuperação do trecho danificado, e outro na avenida Floriano Peixoto, em frente à Recebedoria de Rendas, onde a CAGEPA teria deixado crateras prejudicando o fluxo de veículos.

Veneziano isentava de culpa os trabalhadores da CAGEPA e a direção local da companhia,  acusando o então governador Ricardo Coutinho, alvo das suas mais ácidas críticas, por não dar condições de trabalho para a empresa.

– “Infelizmente, são abertas crateras, o asfalto é estragado e não acontece a devida reposição. Equipes trabalham sem os devidos instrumentos. A situação é delicada. O problema não é gerado pela ausência ou incompetência dos que fazem a empresa, mas à carência de condições de trabalho”, acrescentou.

Por conta da realidade, o prefeito considerava que a saída seria a municipalização da CAGEPA, mesmo porque mensalmente – ele mostrou – são arrecadados R$ 10 milhões na cidade, recursos esses que não seriam empregados em equipamentos e melhoria das condições de trabalho dos seus servidores. E ele acreditava que com a municipalização, esta realidade deveria ser imediatamente mudada.

No Plano de Governo apresentado à Justiça quando tentou voltar à prefeitura disputando com Romero Rodrigues e foi derrotado no turno inicial, o assunto CAGEPA figurava como um dos itens principais.

ROMERO TAMBÉM TENTOU  

Já no Governo que sucedeu ao de Veneziano, o prefeito Romero Rodrigues, através da Secretaria de Planejamento, Gestão e Transparência, via Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas, instaurou o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) cujo primeiro desafio era viabilizar a licitatação para a concessão dos serviços de expansão, modernização, manutenção, gestão e operação do sistema de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto em Campina Grande.

A primeira etapa saiu do papel, com a formalização do convite às pessoas jurídicas de direito público ou privado para manifestarem interesse no desenvolvimento dos estudos necessários ao eventual procedimento licitatório.

As informações constavam do Aviso de Chamamento Público Nº 2.09.001/2019, publicado no Diário Oficial da União, e assinado pelo secretário Diogo Lyra. Segundo ele à época, cinco empresas já teriam manifestaram interesse em participar do processo. Explicou que a prefeitura municipal, mediante estes estudos, teria um amplo e profundo quadro acerca da viabilidade de mudanças no serviço de abastecimento de água na cidade e que a previsão era de que os estudos logo estivessem concluídos, o que não veio a acontecer, tendo a prefeitura silenciado sobre o assunto.

Fonte: Da Redação