Valberto José
Jornalista, habilitado pelo curso de Comunicação Social da Universidade Regional do Nordeste (URNE), hoje UEPB. Colunista esportivo da Gazeta do Sertão e d’A Palavra, passou pelo Diário da Borborema e Jornal da Paraíba; foi comerciante do setor de carnes, fazendo uma pausa de 18 anos no jornalismo.
Astúcias de mulher
Publicado em 6 de junho de 2024Toda astúcia feminina em benefício do marido deve ser louvável. Se bem que pode haver os excessos, como o narrado no livro “A Coroa de Areia”, de Josué Montello. Na ficção do escritor maranhense, a mulher de João Mauricio vai para a cama com um senador de prestígio em troca do habeas corpus que o livrasse da prisão no apogeu da ditadura Vargas.
A escrita serena de Montello reduz o impacto que a decisão objetiva da companheira do prisioneiro político pode causar ao leitor, tomada após esgotadas todas as tentativas de resgate. Mais ainda quando assegura que ela se comportara no ato como se estivesse na maca de um médico em consulta ginecológica.
Amiga nossa não chegou a tanto, embora resolvesse apelar diante do desleixamento do marido com a saúde. É fato que homem não gosta de ir a médico, o que deixa as esposas deveras preocupadas, principalmente ao suspeitar de algum sintoma de doença que ele, involuntariamente, pode expor.
Cansada da resistência do marido em se consultar, essa nossa amiga, que devo preservar o anonimato, tomou a firme decisão de ir ao médico por ele. Iniciado o atendimento, pediu desculpas ao doutor por comparecer no lugar do teimoso companheiro e logo foi desfilando um rosário de sintomas que ele estaria sentindo.
O médico entendeu a situação, ouviu todo o relato e passou a medicação necessária, adquirida em seguida. Não ficou claro se a mulher confirmou ao marido que fora se consultar por ele. Doravante, o homem passou a tomar o remédio receitado, uma “vitamina”, conforme o poder de convencimento da companheira.
Cachaças
Neste Planalto da Borborema, sou súdito da Rainha, mas, data vênia, escalo com certa frequência a Serra – Limpa ou Preta – e busco a saciedade etílica, vez por outra, na Volúpia. Em pleno São João do ano passado, troquei o forró pelo canto nada litúrgico da Gregório.