Marcos Marinho
Jornalista, radialista, fundador do ‘Jornal da Paraíba’, ‘Gazeta do Sertão’ e ‘A Palavra’, exerceu a profissão em São Paulo e Brasília; Na Câmara Federal Chefiou o Gabinete de Raymundo Asfóra e em Campina Grande já exerceu o mandato de Vereador.
A PONTE ‘HISTÓRICA’ DE BRUNO PARAGUASSU
Publicado em 9 de março de 2023O jovem prefeito de Campina Grande, atlético Bruno Cunha Lima, cujo gigantismo físico lembra o porte dos lordes de outrora e mais parece um Príncipe inglês por conta da beleza dos seus traços seguramente bem herdados da saudosa avó Walnyza, continua escorregando feio quando o assunto é gestão pública na cidade que lhe garantiu o berço.
Que tem sido considerado o pior prefeito de todos os tempos da Rainha da Borborema, isso já é algo indiscutível. Mas agora, entrando na reta final do tempo que o generoso eleitorado local lhe deu para governar a cidade, descambou para imitar Odorico Paraguassu, o notório personagem da novela ‘O Bem Amado’ que ficou eternizado no imaginário popular como a antítese do bom gestor público, e só nos faz rir…
Menos mal, diria o ainda mais esperançoso dos seus eleitores, confiante que ele venha a engrenar uma marcha positiva e evite até o dia da despedida no Palácio do Bispo a prática de mais algum ultraje vergonhoso.
Eu que pensei que o mandato de Bruno viesse coroar a administração pública municipal da minha terra e que vi-me obrigado a engolir a decepção, também pensei que nesses pouco menos de dois anos finais do seu sofrível mandato seria apenas ledo o meu engano.
Tenho evitado discorrer sobre as estripolias nada recomendáveis do alcaide campinense, até mesmo para não parecer que tenho algo contra ele, o que nunca será verdade eis que os laços da sua hereditariedade – e eu visualizo o seu amado e saudoso avô Ivandro embalando-o no colo lá nas varandas rerfrescates das suas terras no nosso tórrido Cariri – me impõem tratá-lo com respeito, dignidade e alegria, o que tem sido de fato hoje uma necessidade difícil de alcançar.
Dia desses, para triste surpresa minha, um nobre amigo que tem histórica patente de autoridade em Campina Grande, veio me revelar a razão da sua decepção com o neto de Ivandro. Imaginei que relataria deslizes administrativos ou algo que o valha, mas veio-me com algo pior: a suposta ojeriza (“nojo mesmo!”, alertou o interlocutor) que o inquilino do Palácio do Bispo tem por seus “súditos”.
E contou, envergonhado, a vergonha que veio a passar no Dia da Pátria ano passado quando a convite do cerimonial da prefeitura subiu ao palanque oficial armado ao lado do Colégio das Damas para prestigiar o desfile cívico-militar. Postado ao lado de Bruno, meu amigo-autoridade sentiu-se tocado no ombro pelo jovem, que praticamente o empurrando mandou que dele se afastasse para que a digna Primeira Dama, Dona Juliana Figueiredo, pudesse alí mais confortavelmente se acomodar.
“Sentí-me um leproso”, confidenciou o meu amigo. Que somente não desceu do palanque e retornou ao seu lar-doce-lar porque a sua refinada educação não permitiu a desfaçatez plena de justificativa.
Mas, deixemos essa ‘pequenez’ particular para lá… Porque não é disso que venho cuidar nesse artigo!
O meu registro lamentável de hoje diz respeito a um convite da PMCG que outra turbinada autoridade com berço campinense, e que há poucos meses atrás compartilhava momentos administrativos com Bruno, me mandou com algumas observações interessantes que também desabonam o nosso gestor.
Ao melhor estilo Odorico Paraguassu, o prefeito está chamando para a inauguração daquela que – acredito que ao seu ver – é a maior realização desses seus dois anos e dois meses de gestão: uma ponte de pouco mais de cinco metros de comprimento sobre um fedido esgoto entre os bairros do Tambor e Jardim Paulistano.
A importância hilária dessa lastimável solenidade só encontra, na história de Campina Grande, um único precedente: o da inauguração, pelo então prefeito Félix Araújo Filho, do semáforo na rua Marquês do Herval na pontinha da Praça da Bandeira, aquela quase rotatória que dá acesso à avenida Getulio Vargas, quase em frente à agência dos Correios.
A festa feita pelo nosso ilustre poeta varão do patrono da Câmara Municipal teve a Sá Zefinha, nossa Filarmônica Municipal, tocando dobrados; rojões pipocando no céu em dúzias; faixas de agradecimento em todas as esquinas dos quarteirões centrais e discursos, muitos discursos emocionados e longos.
Mas Bruno se superou!
No convite para inaugurar a ponte, em uma cidade com mais de 400 mil habitantes lúcidos, o ato é tratado como – pasmemos todos nós – “momento historico”.
“Que convite mais ridículo, meu pai do céu!”, envergonhou-se o amigo autoridade que mandou a “intimação” para meu conhecimento.
Reproduzo a peça abaixo para que você, meu caro leitor, faça o seu próprio juízo de valor.
Mesmo porque lá está escrito, com todas as letras possíveis, que essa inauguração será UM DIA TRANSFORMADOR PARA AS PESSOAS DA NOSSA CIDADE.
E aproveito para recomendar ao meu dileto presidente do Instituto Histórico de Campina Grande, Vanderley de Brito, que abra manchete no jornal da entidade para exaltar esse feito HISTÓRICO, mesmo porque consta que Bruno Cunha Lima é, assim como eu sou, sócio do IHCG e entende como mais ninguém do que é histórico nesse chão amado de Capilé e Ronaldo Cunha Lima.
Amém!!!!