Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
ARTUR BOLINHA: O FIEL DA BALANÇA DA CAMPANHA
Publicado em 7 de outubro de 2024Quem levou o médico Johnny Bezerra a alcançar o segundo turno, ontem, 06.10.2024, em Campina Grande, não foi a liderança e aprovação do governador João Azevedo em Campina Grande, que permanece estagnado desde 2022. Jhonny Bezerra obteve 79.471 (34,58%), ampliando apenas 1,94%, ou 4.471 mil sufrágios, a mais que João Azevedo há dois anos, no segundo turno em Campina Grande.
O candidato do NOVO, Artur Bolinha, bolsonarista, Direita Cristão Conservador Patriota, saiu das urnas com 16.282 votos (7,09%) do eleitorado Campinense. Bruno Cunha Lima não venceu no primeiro turno porque lhe faltou 1,79%. Se Arthur Bolinha não tivesse sido candidato, e apoiado Bruno, não haveria segundo turno em Campina Grande. A falta de diálogo, mediadores e pouca interlocução culminaram na chegada de Jhonny Bezerra ao segundo turno, que a partir de então se constituirá como a principal liderança da oposição aos Clãs Cunha Lima, Rêgo. Sepultou os Ribeiros, e se derrotado no segundo turno tem garantido uma vaga na Assembleia Legislativa em 2026. Tomará a vaga de Inácio Falcão. Mas, talvez sonhe até com voos mais altos.
Quem puxou a campanha de Jhonny Bezerra foi o Republicanos, através de Murilo Galdino, escaldado por seu irmão Adriano – presidente da ALPB – que evitou mais um vexame do governador João Azevedo. Onde esteve o Clã Ribeiro? Em João Pessoa, tentando uma vitória de Cícero Lucena em primeiro turno, para lançá-lo ao governo do Estado, invadindo mais uma vez o espaço do Republicanos.
Uma provável vitória de Johnny tem que passar obrigatoriamente por Arthur Bolinha, e seu fiel eleitorado conservador. Tarefa difícil pela questão ideológica radical. Por outro lado, o ínfimo percentual de 1,79% que faltou a Bruno, depende dos 7,09% de Arthur Bolinha. Bruno e Bolinha se afinam ideologicamente.
Veneziano Vital do Rêgo cumpriu seu papel, elegeu sua sobrinha e mais dois outros vereadores (MDB). Inteligente, sabe que é hora de ir para Brasília e desobstruir os caminhos de Bruno, que deve se distanciar do “petismo” pregado por “Vené”. O mesmo terá que fazer em João Pessoa, onde ao lado de Pedro Cunha Lima pediu votos para Ruy Carneiro. Seu momento é 2026, e prudentemente tem que evitar desgastes.
Vence o segundo turno em Campina Grande quem receber os votos de Arthur Bolinha. Em jogo, as habilidades de Bruno e Johnny para conquistá-lo.
Ideologicamente, Bruno leva vantagem, ambos são bolsonaristas. Bruno tem o que negociar com Bolinha, uma Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento, com poder de caneta e independência. Repetirá o êxito da gestão Enivaldo Ribeiro, e do ex-presidente Jair Bolsonaro. Bolinha tem ampla visão para costurar a união do Parque Tecnológico, UEPB, UFCG, FIEP, Associação Comercial, e elaborarem projetos que retome o crescimento da cidade, dentro do contexto século XXI. Quanto a Jhonny e João Azevedo, estariam dispostos a fazer mesmo?
Ainda não deu para se perceber o compromisso do governador com Campina Grande. Suas principais ações têm sido em atrair investimentos para a Capital.