Ao infinito e além: alunos do fundamental e médio lançam satélites em olimpíada brasileira

Publicado em 17 de agosto de 2022

A equipe Space Bird do SESI de Valinhos (SP) conquistou medalha de ouro na categoria do ensino fundamental da etapa regional do Sudeste

Dez equipes de estudantes do Serviço Social da Indústria (SESI) vão lançar satélites no espaço sideral. São alunos de São Paulo, Santa Catarina, Amazonas, Goiás e do Rio de Janeiro que participam da primeira Olimpíada Brasileira de Satélites (OBSAT). Os alunos tiveram de projetar, construir e em breve vão lançar os satélites na atmosfera. Sim, uma missão real no espaço!

A competição está na fase 3, com eventos regionais para os finalistas enfim lançarem os satélites em balões meteorológicos a até 22 km na atmosfera. A final nacional está prevista para novembro e contará com o lançamento orbital. Confira abaixo as equipes do SESI que ainda estão na disputa:

SÃO PAULO (SESI Valinhos) 

Space Bird

SANTA CATARINA (SESI SENAI Concórdia) 

Halley

AMAZONAS (SESI Dra. Emina Barbosa Mustafa) 

Sirius

Curumins

Olhos de Iara

GOIÁS (SESI Campinas) 

Dynamic space

Robotic engineers

SESI Space girls

Star guardians

RIO DE JANEIRO (Firjan SESI Tijuca) 

Robot T ONE

Primeiro lugar nos regionais Sul e Sudeste é do SESI

A equipe Space Bird do SESI de Valinhos (SP), formada pelos alunos Antonio Moleta, Beatriz dos Santos, Gabriel de Oliveira, Pedro Silva e conduzida pela professora Andressa Bruscato, já saiu na frente dessa largada espacial. Eles conquistaram medalha de ouro na categoria do ensino fundamental da etapa regional do Sudeste, realizada no dia 7 de agosto.


“Está sendo uma experiência surreal, tanto para os alunos quanto para mim. Nunca imaginamos ter um satélite em mãos e ainda programá-lo e ter a experiência de vê-lo em ação”, declara a professora Andressa Bruscato. 


Já a equipe Halley do SESI e do Serviço Nacional de Aprendizagem (SENAI) de Concórdia (SC) garantiu o ouro no último sábado (13) também na categoria do ensino fundamental, mas na etapa regional do Sul. O projeto dos estudantes Ana Martello, Laureen Morais, Luís Guero e Matheus Beck foi orientado pelas professoras Jandira Saiba e Queila Benck.

A equipe Halley garantiu ouro na categoria do ensino fundamental na etapa regional do Sul

“É uma experiência sensacional, me sinto quase uma engenheira da NASA envolvida nesse projeto, colocando peças e tendo a oportunidade de realmente lançar isso. Eu sempre fui apaixonada por essa área e a olimpíada me estimulou ainda mais a querer seguir a carreira de engenheira espacial”, destaca Ana. 


Mas, afinal, o que é um satélite?

Existem satélites naturais, como a lua, e os artificiais, como o produzido pelos meninos, que ficam em órbita ao redor da Terra. Cada um tem uma função diferente e são peças muito importantes no nosso dia a dia. Ao assistir TV, acessar internet, realizar transações financeiras, rastrear queimadas, entre outras infinidades de informações, nós recebemos graças aos satélites.

Cerca de 3 mil satélites artificiais em uso orbitam a Terra, segundo a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) dos Estados Unidos, porém, há mais de 20 mil objetos inativos circulando o nosso planeta.

Conheça Aqui os tipos de satélites artificiais

Competição teve 352 equipes inscritas de todo o Brasil

A olimpíada foi criada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e organizada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP).

O processo seletivo, iniciado em abril de 2021, contou com 352 equipes de todo o Brasil. Serão, ao todo, quatro fases, envolvendo pesquisa, produção, testes e lançamento do satélite. As fases regionais seguem até o final de setembro.

O engenheiro e empreendedor espacial Lucas Fonseca, fundador do Instituto Garatéa e da empresa Airvantis, auxiliou algumas equipes na competição. Ele fala sobre a importância de iniciativas como a OBSAT para desenvolver essa temática desde cedo nas escolas.


“A temática espacial encanta todo mundo. A OBSAT é uma porta de entrada para que os jovens conheçam um pouco desse universo e aprendam habilidades necessárias para desenvolverem projetos e buscarem uma carreira científica na área”, pontua. 


Satélites para monitorar áreas agrícolas e prever tornados

Os estudantes começaram a planejar as missões colocando a mão na massa em cubesats ou cansats, miniaturas para pesquisas espaciais que os jovens teriam que implementar com dispositivos que fizessem o satélite realmente funcionar no espaço, armazenar e transmitir os dados da missão.

Os estudantes começaram a planejar as missões colocando a mão na massa em cubesats ou cansats

E, para cada equipe, uma missão! A Space Bird projetou um satélite com a função de monitorar o desmatamento de áreas próximas às agrícolas, pois essa atividade influencia no ciclo de chuvas e na temperatura da região, podendo prejudicar o plantio e a produtividade.

Já o satélite da equipe Halley pode salvar vidas. Isso porque a região em que moram é rota de tornados e os dados obtidos com o satélite preveria esses eventos climáticos e evitaria desastres.

Fonte: Assessoria