
Antes de terminar segundo turno Queiroga já iniciou o terceiro, contra Cícero
Publicado em 24 de outubro de 2024Nada nunca está tão ruim, que não possa piorar. Escassez mínima de votos impediu o prefeito Cícero Lucena de se reeleger no primeiro turno. A surpresa do segundo turno foi além do imaginado. Eventuais expectativas apontavam para Luciano Cartaxo ou Ruy Carneiro. Jamais foi cogitada a hipótese de enfrentar Marcelo Queiroga. Muito embora desconhecido, Queiroga – neófito em política – criou dificuldades ainda não superadas pela equipe de marketing do prefeito Cicero Lucena, incapazes de baixar sua guarda para que entre um cruzado ou um gancho, nocauteando-o. Cícero é quem está cansado, sempre procurando as cordas, já temendo beijar a lona domingo próximo.
O candidato do PL foi o único que não parou de crescer, desde o início da campanha. Veio alcançar dois dígitos nas pesquisas em meados de setembro, e nunca figurou nestas amostragens como segundo colocado. Aparecia em quarto lugar, colado em Luciano Cartaxo, distante de Ruy Carneiro. Cícero, com leve alteração, tinha descido de mais de 63%, para 57%. Vésperas do primeiro turno, as projeções – segundo dados colhidos pelos institutos de pesquisas – eram um resultado não inferior a 53%.
Queiroga e Queiroz já abriram o terceiro turno do embate desde o dia 08/10/2024, quando protocolaram um pedido de cassação do registro de candidatura de Cícero Lucena, por uso da máquina (empregos) e abuso de poder político e econômico. Toda a ação está respaldada na “Operação Mandare”, realizada pelo GAECO e PF, que culminou na prisão da vereadora Larissa Lacerda e da primeira dama Lauremília Lucena.
O quadro de Cícero aparenta ser desanimador. Pode ganhar, e não levar. Por muito menos, Cássio Cunha Lima teve seu mandato cassado pelo TRE-PB, sentença ratificada pelo TSE. O abuso do poder político de Cássio Cunha Lima foram publicações de matérias no jornal A União, do Governo do Estado, com tiragem de 2 mil exemplares. Porém, segundo o TRE-PB, influenciou em sua vitória. A realização no micro período eleitoral (até o mês de maio) de um programa “Ciranda de Serviços”, em parceria com a FIEP e SESI, e a distribuição do cheque reforma – programa do governo federal realizado por todos os Estados – mas, na Paraíba, ao invés de executá-lo através da Secretaria de Ação Social, transferiram os recursos para uma Fundação.
Pesquisas divulgadas ontem, apontavam empate técnico. Apesar da grande diferença entre Cícero e Queiroga no primeiro turno, Ruy Carneiro declarou apoio a Queiroga. Luciano Cartaxo, Amanda e Ricardo Coutinho, liberaram seus eleitores – discurso para o partido – por trás, estão empurrando suas principais lideranças para votarem em Queiroga. Ricardo enxerga uma vitória de Cícero como um triunfo de João Azevedo. O sentimento é o mesmo de Luciano Cartaxo. Derrotarem Cícero é matar dois coelhos com uma única cajadada. Por que Cícero deixou “vazar” a existência de um projeto do PP, que o lançaria candidato à sucessão de João Azevedo? Ontem, tardiamente prometeu, se eleito, não disputar o Governo do Estado. Tarde demais.
Fonte: Da Redação (Por Júnior Gurgel)