Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
ALDO REBELO FAZ DIAGNÓSTICO DA CRISE
Publicado em 28 de junho de 2023A TV Jovem Pan entrevistou no dia 05/06/2023, no seu programa Direto ao Ponto, o ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-ministro de diversas pastas dos governos petistas, Aldo Rebelo. Quem se interessar em se inteirar um pouco mais sobre a história política recente do País, aconselhamos buscar no Youtube (Jovem Pan) a brilhante explanação daquele que conhece os obscuros corredores do submundo da política, e suas consequências nefastas, danosas e contrárias aos verdadeiros interesses da Nação.
Rebelo Interpretou com perfeição os eventos marcantes da geopolítica econômica no final do século XX – cataclisma que ocasionou a queda do Muro de Berlim – acarretando uma derrocada em ordem de grandeza imensurável, causando efeitos colaterais, como o fim de um ciclo ou período da história, orbitado em torno dos debates radicais estéreis promovidos pelas ideologias. Paradoxalmente, todas financiadas por uma única fonte: o “dinheiro velho” do grande capital secular transnacional.
Alagoano natural da cidade de Viçosa, Aldo Rebelo – filho de um vaqueiro do saudoso Teotônio Vilela – ingressou na vida pública através do movimento estudantil e após ser presidente da UNE, filiou-se ao radical PCdoB. Conseguiu se eleger cinco vezes (consecutivamente) deputado federal pelo Estado de São Paulo, participou de todas as principais comissões temáticas da Casa Legislava, chegando a presidir as mais importantes. Desfrutou de um bom trânsito nas diversas correntes políticas instaladas no Congresso Nacional, e era respeitado pela sua postura altruísta, sempre em busca da construção do debate convergente, que privilegiasse o Brasil.
Foi o único comunista que o ex-presidente Jair Bolsonaro respeitou, e pediu em plenário sua indicação para o Ministério da Defesa do governo Lula II. Chegou à Presidência da Câmara (2005/2007) e aprovou o atual Código Florestal “gastando apenas saliva, e oferecendo café e água para seus pares”, como desatacou. Diferentemente dos dias de hoje, que cada deputado é um partido, e seu voto tem um preço.
Rebelo amadureceu e sua lucidez hoje é demonizada pelos comunistas, por ser um defensor ardoroso do Agronegócio, Forças Armadas e opositor dos movimentos ambientalistas, cujo propósito – segundo ele – é “congelar” as riquezas da Amazônia e segurar o crescimento do Brasil. O ex-ministro é também opositor das pautas identitárias. Para ele, estes temas sepultarão as anacrônicas esquerdas, que tem um presidente (Lula), e diferente de 2003/2010, até agora não conseguiu uma única adesão desde sua posse.
Ao destacar os principais problemas do País, Rebelo aponta como mais grave a insegurança jurídica: “STF são onze Constituições ambulantes”. Presidente no Brasil não governa desde 2015, quando o STF impediu Dilma de nomear um ministro. Temer também foi impedido, e Bolsonaro não conseguiu emplacar um Delegado da Polícia Federal. Rebelo considera a crise entre os poderes como gravíssima, com tendência de se aprofundar. Na sua visão, a única alternativa seria um “Emendão” demarcando limítrofes dos poderes, ou uma nova Constituição. A atual Carta Magna, sob seu ponto de vista, está superada, viciada e sem consertos. Lembrou inclusive que sua elaboração foi “politiqueira” e a promulgação (1988) ocorreu véspera da primeira eleição direta, após a redemocratização.
Ulysses Guimarães fez todas as concessões com apoio de Sarney – de caráter revanchista – empoderando setores da sociedade civil, como o Poder Judiciário e o Ministério Público. Porém, mesmo sendo o pai da constituinte, ficou na “lanterna” nas eleições que disputou em 1989 e perdeu para um outsider (Fernando Collor de Melo).
Falou sobre suas andanças – neste ano de 2023 – desde janeiro até abril, por toda a região amazônica, constatando o que já sabia quando foi Ministro da Defesa. As invasões das ONG’s, ocupação do narcotráfico, que hoje emprega mais (clandestinamente) em toda a região Norte, que Estados e Munícipios. O Estado de Roraima dispõe apenas de 7% do seu território para exploração econômica. O restante é controlado pelas ONG’s, inclusive a segunda maior mina de fosfato do mundo, que o Brasil não explora. Importamos da Rússia.
Uma fronteira mineral abundante, em mãos de contrabandistas “misturados” com mais de 15 mil ONG’s. Na região denominada “Cabeça de Cachorro” está a reserva de 90% do nióbio de todo o planeta. Mas, as ONG’s – que distribuem os índios pela floresta – assentaram por lá uma tribo Ianomami, para impedir sua exploração. Outros temas como expansão do Agro e reindustrialização foram abordados, e como todos sabemos, tudo depende da mobilização de nossas elites econômicas, vontade política e legislação pertinente. Até lá, continuaremos esperando pelo futuro promissor que tarda e não chega.