Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
ADRIANO JÁ PERCEBEU A CONSPIRAÇÃO
Publicado em 12 de março de 2024O deputado estadual Adriano Galdino (presidente da ALPB), patrono da causa para consolidar o governador João Azevedo como primeiro colocado no ranking das principais lideranças políticas do Estado, tem aparentado ser um defensor solitário desta ideia, ainda não assimilada pelo “núcleo estratégico” que orienta o atual inquilino do Palácio da Redenção. Adriano desde a posse de João Azevedo vem trabalhando com afinco o nome do governador para o Senado Federal nas eleições de 2026.
Entretanto, o perceptível silêncio de Galdino – últimas três semanas – sinaliza cansaço. Seu tirocínio político, prevendo o que virá após o resultado das urnas de outubro próximo, o levou nos últimos meses a se pronunciar rotineiramente e advertir inúmeras vezes o governador da imperiosa necessidade dele se filiar a um partido, que esteja sob seu comando. Avisos ignorados, e não merecedores da devida atenção.
O recente episódio de Santa Rita revelou que Adriano Galdino está correto. O Republicanos deve ter despertado que definitivamente está em rota de colisão com o projeto dos “oráculos” palacianos – mesmo sem votos senhores do destino político da Paraíba – por manterem sob “tutela” João Azevedo, hoje refém e dependente do PSB.
Num esforço hercúleo para reforçar seus quadros, e concomitantemente ampliar a liderança do governador, o Republicanos atraiu Nilvan Ferreira – que o derrotou em Santa Rita há dois anos – para enfrentar o candidato do atual prefeito. Paralelamente, ocorreu uma nítida tentativa de “boicote”, provocada pelo deputado federal Gervásio Maia, que ofereceu o PSB a Emerson Panta(?). Gervásio é o presidente da legenda que abriga João Azevedo (PSB).
Quem esteve por trás deste ato imponderado? A Paraíba conhece Gervásio. Nestas circunstâncias, “só amarraria o burro, onde o dono mandasse”. Teve orientação e autorização palaciana?
Nilvan disputando em Santa Rita facilita a vida de Cícero Lucena. Apesar de seus redutos terem posições radicais e distintas, Cícero não terá o discurso “denuncista” e contundente de Nilvan, tirando-lhes indiretamente votos. A recente desistência intempestiva de Luciano Cartaxo, optando por não concorrer mais no pleito de outubro próximo, pavimenta o caminho para o “alquimista” chegar com folga ao segundo turno. Se o ato não for uma manobra de Cartaxo – apenas com Cida não haverá primárias – e cabe a Executiva Nacional (se desejar) indicar diretamente um candidato. Tudo vem se encaixando numa “conspiração” prática, sem “teorias”.
O presidente do PT Jackson Macedo negociou com Cícero Lucena “garantias” para recondução do seu irmão, Júnior Leandro, à Câmara Municipal de João Pessoa. Os votos do PT irão beneficiar diretamente o candidato do PP de Aguinaldo Ribeiro, deixando o Republicanos em mais uma “sinuca de bico”. Ficará solteiro nas eleições de outubro próximo, em Campina Grande e João Pessoa? Pela cobrança feita ontem por Aguinaldo Ribeiro a Romero Rodrigues, subentende-se que se o ex-prefeito resolver enfrentar Bruno Cunha Lima, com apoio do governador, os méritos serão dos Ribeiros, e não do Republicanos, que esperou com “tapete vermelho” sua filiação.
Enquanto Adriano procura “juntar”, por trás tem um grupo desagregador agindo para manter todos afastados. Caso Cícero Lucena se reeleja, Aguinaldo Ribeiro o lançará imediatamente candidato ao governo para o pleito de 2026. Caos necessário, para barganhar, e tentar expulsar o Republicanos da chapa majoritária: se não aceitarem Lucas, vai impor o nome de Cícero. Lucas ficaria no governo, para comandar a campanha. Os dois postulantes ao Senado seriam João Azevedo e Daniella Ribeiro. Qual o espaço que sobraria para Adriano, Hugo, Wilson (pai e filho), Murilo Galdino…