Marcos Marinho

Jornalista, radialista, fundador do ‘Jornal da Paraíba’, ‘Gazeta do Sertão’ e ‘A Palavra’, exerceu a profissão em São Paulo e Brasília; Na Câmara Federal Chefiou o Gabinete de Raymundo Asfóra e em Campina Grande já exerceu o mandato de Vereador.

A vassoura de Alexandre e o número real de demitidos na PMCG

Publicado em 4 de outubro de 2023

Destoando visceralmente do comportamento elegante do Pastor Luciano Breno, vereador Líder da bancada governista na Câmara Municipal de Campina Grande, que ao fazer a defesa de Bruno Cunha Lima em relação aos atos de demissão assinados no último final de semana não descamba para a falta de pudor, atacando companheiros verborragicamente, e nem faz da tribuna do Legislativo lixeira da Casa, mas apenas pontua as justificativas necessárias para completo esclarecimento público, o vice-Líder da mesma bancada, Alexandre do Sindicato, espuma de ódio e reveste seu discurso de defesa de BCL com a crosta do mais perfumado enxofre que costuma carregar nos bolsos, onde camufla a mesma Bíblia do colega e d’onde deveria tirar ensinamentos humanitários e cordiais.

Não bastassem as entrevistas deploráveis concedidas às emissoras locais de rádio, onde mais deixou dúvidas do que esclarecimentos, Alexandre valeu-se da solene tribuna do Poder onde o povo lhe botou para, mais uma vez, enxovalhar os colegas de oposição e, como já vem fazendo n’outros espaços, aludir sem a coragem necessária de referir o nome, que os atos do prefeito se fizeram obrigatórios – mesmo já se passando quase três anos – para “tapar” o suposto buraco deixado por Romero Rodrigues, que teria contratado uma leva de desocupados para sangrar os cofres da prefeitura, razão adicional além da também suposta queda do FPM para o presente desastre nas contas.

Escondendo uma vassoura velha na parte interna da tribuna da CMCG e usando de trejeitos apalhaçados, o teatro mambembe por ele protagonizado na sessão ordinária de ontem (dia 03) foi um dos mais deploráveis momentos que a Casa Félix Araújo teve o desprazer de assistir.

Usou a vassoura primeiramente para dizer que os seus colegas de oposição, em sua maioria, nunca pegaram ao menos no cabo de uma delas para ganhar a vida tirando a sujeira de uma rua que fosse, razão porque entendia que não lhes cabe poder, a não ser o da demagogia barata, de estarem prestando solidariedade aos cortados por Bruno, que à sua vesga ótica seriam tão somente os vagabundos “aspones” herdados de Romero.

Alteando a vassoura e balançando-a em espirais, Alexandre gritou que “esse neguinho aqui” não faz demagogia e sugeriu que agora, enfim, Bruno Cunha Lima estava VARRENDO a tal sujeira deixada pelo prefeito antecessor.

Melhor serviço teria feito para a sociedade o nobre e empedernido vereador se tivesse revelado os números das contas da prefeitura, mas não o fez certamente para não ver-se também desmentido em sua empáfia.

Mas vou aqui ajuda-lo a alterar o discurso, que pode a partir de agora ser recheado com as verdades que ele teima em sonegar…

Vamos lá:

Em janeiro de 2021, primeiro mês da gestão Bruno Cunha Lima, a folha de pagamentos do Município consumiu R$ 15.771.068,21. Isso mesmo: Quinze Milhões, Setecentos e Setenta e Sete Mil, Sessenta e Oito Reais e Vinte e um Centavos! Essa montanha de reais foi dividida entre 36 servidores Inativos/Pensionistas; 4.524 Efetivos; 02 Eletivos; 233 comissionados; e 564 Contratados por Excepcional Interesse Público.

Isso aí, verdadeiramente, foi a herança deixada por Romero no quesito pessoal! São números legais do SAGRES do Tribunal de Contas do Estado.

Continuemos, a título apenas de comparativo:

Em julho de 2023, última planilha a qual eu tive acesso no TCE, a folha de pagamentos de pessoal da PMCG já estava em R$ 51.492.701,25. E esses Cinquenta e Um Milhões, Quatrocentos e Noventa e Dois Mil, Setecentos e Um Reais e Vinte e Cinco Centavos não foram fermentados por Romero não…

E sabe o quanto isso representa percentualmente falando? Simplesmente a irresponsabilidade de 300%.

Com Bruno, a folha de pessoal da PMCG estava assim, em julho deste ano: 44 Inativos; 6.237 Efetivos; 24 Eletivos (eram dois – prefeito e vice – e eu desconheço quais são os outros eleitos que estão na folha. Seriam conselheiros tutelares?); 402 comissionados; 02 Benefícios Previdenciários Temporários; 13 de outros órgãos públicos, à disposição; e 9.267 Contratados por Excepcional Interesse Público.

Os gráficos, autênticos, copiados da página do TCE no seu Sistema SAGRES, estão aqui reproduzidos para que o ilustre vereador Alexandre do Sindicato não passe mais vexame – nem na tribuna e nem longe dela.