Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

A SAÚDE DE CAMPINA DEIXA A GESTÃO DE BRUNO ENFERMA

Publicado em 14 de março de 2025

Nas últimas semanas tem se avolumado as críticas nas redes sociais sobre a gestão precária da saúde municipal, afetando diretamente a popularidade do prefeito Bruno Cunha Lima. Através de um vídeo (viralizado) nos grupos do WhatsApp, o dentista conhecido por “Bruno Odonto” denuncia o descaso – não acusando a secretaria ou o titular da pasta – mas o próprio prefeito, pela falta de anestésicos nos postos de atendimento. Relata o pedido de socorro de um colega, solicitando anestesia em caráter de urgência para realizar uma cirurgia. Este tipo de ocorrência é injustificável.

Os médicos do município estão recebendo seus salários com dois meses de atraso. A Enfermagem reclama do malvado sistema da “trimestralidade”. Nos últimos doze meses (um ano), receberam seus proventos apenas quatro vezes, e em valores inferiores a outros municípios, como por exemplo Lagoa Seca, Puxinanã ou Queimadas. Ainda não pararam de trabalhar, temendo perderem seus empregos.

Bruno não só transmite, como aparenta ser uma pessoa sensível, tratável, humana e solidária. Em que nível ele tem conhecimento deste grau de calamidade? Conhecemos ao longo da vida bons e maus gestores. Separando o homem “ser” do homem “função”, constatamos pessoas muito boas, excelentes, porém despreparadas para exercer as funções de administrador municipal, cargo confiado pelo povo, através do voto. Outros, tinham posturas arrogantes, antipáticas, frias e até despidas de emoções, mas, reconhecidos pela população como bons gestores.

Ouvimos “figuras” da área, que conhecem em profundidade a crise da saúde de Campina Grande.

O “calcanhar de Aquiles” da gestão Bruno Cunha Lima, único ponto fraco que se tornou alvo de ataques na campanha de sua reeleição, tema explorado com ênfase pelos seus adversários, principalmente nos debates. Imaginávamos que após ser reeleito a prioridade de seu novo mandato seria corrigir os erros dos primeiros quatro anos.

Não existem problemas sem soluções. Principalmente numa cidade que exporta talentos até para o Vale do Silício (USA). Um programa de governo é concebido e executado por bons técnicos. Profissionais competentes, desvinculados da classe política, incumbidos de cumprir as tarefas abraçadas, e alcançarem objetivos colimados.

Descobrimos que os recursos orçamentários destinados à saúde de Campina Grande – incluindo transferências constitucionais – é de apenas 400 milhões de reais ao ano. João Pessoa dispõe de 1,4 bilhões de reais só para a saúde, o que representa praticamente todo o orçamento da Rainha da Borborema. Tem algo errado. Por que Bruno não vem a público, pede ajuda a população e a mídia, para cobrar da classe política empenho que resulte em equilíbrio justo, frente a tamanha discrepância?

João Pessoa tem praticamente o dobro da população de Campina Grande. Em seu entorno, há três grandes cidades: Santa Rita, Bayeux e Cabedelo. Forma uma região metropolitana de 1,2 milhões de habitantes. O equivalente ao compartimento da Borborema, com 48 municípios, todos dependentes de Campina Grande.

A cidade tem dois senadores da república, cinco deputados federais, um vice-governador e o presidente da ALPB, que reside no Bairro do Mirante. Será que falta a Bruno humildade para pedir ajuda? Veneziano Vital do Rêgo tem tentado amainar a agonia, através de Emendas Parlamentares destinadas a “custeio”. Mas, é apenas um paliativo. Algo semelhante a uma dose de Novalgina para baixar uma febre recorrente, causada por infecção bacteriana.

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