Valberto José

Jornalista, habilitado pelo curso de Comunicação Social da Universidade Regional do Nordeste (URNE), hoje UEPB. Colunista esportivo da Gazeta do Sertão e d’A Palavra, passou pelo Diário da Borborema e Jornal da Paraíba; foi comerciante do setor de carnes, fazendo uma pausa de 18 anos no jornalismo.

A prematuridade na venda de atletas 

Publicado em 29 de dezembro de 2022

Há uma prematuridade enfraquecendo o futebol brasileiro, frustrando torcedores, encerrando histórias, fechando ciclos. É a negociação de meninos da base dos clubes para o exterior, precisamente a Europa. Não é razoável que um clube invista numa criança ou num adolescente e prive sua torcida do melhor que ele possa oferecer ao time num futuro próximo.

A recente venda de Endrick, a joia de 16 anos negociado pelo Palmeira com o Real Madri, deve servir de luz para uma regulamentação sobre a venda de atletas da base do futebol brasileiro para outro país. Antes, o Flamengo negociara Vinicius Júnior também com a mesma idade, citando os casos mais emblemáticos.

Não obstante as cifras obtidas pelos clubes nessas negociações, deve-se observar um limite de idade e de tempo de profissionalização. Tempo esse em que o jogador possa criar uma identidade com a torcida, fazer história no clube, de preferência conquistando títulos.

No caso de Endrick, ele ainda poderá escrever sua história no alviverde, pois somente será integrado ao elenco do clube espanhol quando completar 18 anos, o que acontecerá em julho de 2024. Ficará mais uma temporada no Allianz Parque, mas com a cabeça em Madri.

Acho que a ida de um atleta formado no clube para o exterior não deve estar atrelada à maioridade conquistada; a idade de 20 anos seria ideal para tal transferência. Nesses dois anos de maioridade, o jogador ganharia mais experiência, teria mais tempo para obter uma identidade com a torcida e enriqueceria sua história e a do próprio clube.

Ilustrando com um exemplo caseiro, não há identificação nenhuma do atacante Hulk com a torcida do Vitória. O currículo do atleta confirma, entretanto, que o paraibano foi promovido ao profissionalismo no clube baiano, pelo qual jogou apenas duas partidas, sendo vendido ao futebol japonês.

Em outro exemplo local, o meia Rinaldo foi a revelação do Campinense em 1985, logo vendido ao Santa Cruz de Recife. Emprestado ao Treze, disputou o Campeonato Nacional de 1986. É lembrado pela sua passagem pelo “PV”.

Sei que isso é mais um dos meus devaneios de amante do futebol, pois há um intenso jogo de interesses financeiros entre clubes, empresários e os próprios familiares que reforça a prematuridade da venda dessas joias.

O empresário de Endrick, por exemplo, lamenta o atleta não ter sido vendido antes, no começo do ano, quando disputou a Copinha. A Fifa não permitiu. Nessa minha fase de devaneios, mais “uma última quimera”: que tal a entidade internacional aumentar o prazo mínimo de transferência das joias para 20 anos?

O ABRAÇO QUE ME FALTOU 

Em 2021, a Ceia de Natal da família foi na casa de Morgana, nossa filha que se casara quatro meses antes. Ela e, principalmente, o marido Gustavo fazem questão de reunir as famílias comemorando o nascimento de Cristo.

Há um ano, estávamos todos: eu e Margarida, Helder e Keliane, Glauber e Mariana vivendo a alegria do primeiro Natal na vivenda dos recém-casados.

Este ano, novamente as famílias se reuniram com a tristeza de uma ausência sentida amenizada pela presença de Miguel, nosso primeiro neto, que esta semana completou sete meses.

Sem clima para beber, me contentei com um pouco de refrigerante, sem dispensar os saborosos petiscos. No momento de orações, até me perguntaram se eu queria falar alguma coisa. Preferi agradecer e pedir forças no silêncio do meu interior.

Mas na hora dos cumprimentos, me faltou aquele abraço… aí os olhos marejaram.

PARABÉNS, CARMINHA! 

No dia 21 deste mês, a mana Carminha aniversariou. Caçula de uma prole de 13, dos quais 11 criados, postei no grupo familiar a seguinte mensagem:

Se não fossem tantos irmãos, se não fossem tantos sobrinhos, diria, Carminha, que tu és só minha.

Mas que tanto egoísmo, grita aquela voz.

E alerta: ela é de todos nós.

E todos nós – unanimidade versada – te queremos muito, muito bem.

E tudo de bom te desejamos.