Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

A POPULARIDADE DO GOVERNO LULA FOI DESIDRATADA

Publicado em 30 de janeiro de 2025

Aos poucos, a realidade vem à tona, causando perplexidade nos mais céticos e ratificando a tese de mais de 70 milhões de brasileiros que duvidaram da lisura das eleições presidenciais de 2022. É impossível uma perda de popularidade tão repentina e em tão pouco tempo. Lula está na metade do seu mandato, e atingiu um nível de desgaste popular impressionante, sem parâmetros na história política do país.

O TSE anunciou na noite do dia 30/10/2022 que o candidato do PT, Luís Inácio Lula da Silva, tinha obtido 50,90% dos votos válidos, ou 60.545.990. Jair Messias Bolsonaro havia sido sufragado por 49,10% dos eleitores, correspondente a 59.206.354. Lula tinha sido eleito Presidente da República? A revolta começou no Estado do Paraná, o primeiro a contestar o resultado. Em uma semana, o país estava a caminho de uma paralisação geral. Os caminhoneiros haviam bloqueado as principais rodovias do país.

O povo se manifestava nas ruas, em todo o Brasil. Só não apareceram os eleitores de Lula. Exceto na noite de 30/10/2022, ocupando apenas um quarteirão da Av. Paulista em São Paulo. Não houve comemorações da vitória nas demais capitais. O PT e seus aliados nunca se mobilizaram e exibiram multidões, para confrontar os considerados “bolsonaristas derrotados”. Jair Bolsonaro silenciou. Por que? Era para ter ido ao encontro do povão, que o esperava pacificamente para resistir e repetir os ucranianos de 2014, protagonistas da “Revolução da Dignidade” (Eromaidan). Não engoliram o resultado de um pleito manipulado por Vladimir Putin, que elegeu Viktor Yanukovych.

A Praça de Maidan – centro da Capital Kiev – foi ocupada por manifestantes que resistiram a duras penas por 90 dias, até Viktor Yanukovych abandonar o Palácio e fugir para Moscou. Temperaturas abaixo de zero (-10 graus), tropas policiais avançando diariamente usando a violência contra a população, protegida por barricadas. Nada foi suficiente para desencorajar o povo. No final do confronto, 108 civis e 13 militares foram mortos nos enfrentamentos.

Em 2022, a decisão do povo era marchar para Brasília. Porém, à falta de um líder para coordenar os manifestantes – opiniões divididas – muitos preferiam ficar em frente aos Quartéis, pedindo ajuda ao Exército Brasileiro. O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, reuniu-se com uma equipe de técnicos, concedeu entrevista e solicitou ao TSE o “código fonte”. Acessariam o sistema e identificariam suposta fraude cometida. A reação do ministro Alexandre de Moraes foi bloquear 20 milhões do fundo partidário da legenda, não entregar o “código fonte”, e os ameaçar de prisão.

Bolsonaro jogou a toalha no dia que aceitou instalar a Comissão de Transição, exonerar todos os comandantes militares e nomear os indicados por Lula. Mas, o povo permaneceu em frente aos Quartéis até o fatídico 08/01/2023, quando decidiram acampar na Praça dos Três Poderes. Lula, Congresso e STF sabiam que seria impossível governar com o povo ocupando a praça. O movimento cresceria e forçaria o Congresso a exigir uma auditoria nas urnas eletrônicas. O desfecho foi trágico.

A pesquisa do Poderdata divulgada ontem (29/01/2025) sem as “maquiagens” da Quest, IPESPE e outros institutos controlados por Antônio Lavareda, ex-Ibope e coordenador do Consórcio Midiático pró Lula em 2022, mostrou um governo com apenas 24% de aprovação do método de trabalho do Lula III.
Os números são inconfundíveis. 24% de 60.545.990 representam 28.740.562. Onde foram parar o restante? Mais da metade, 31.805.428 seguidores de Lula, que segundo as urnas eletrônicas o elegeram em 2022? As esquerdas e aliados o abandonaram? Impossível. O povo estava certo. O PT após a Lava-Jato se resumia a 30% do eleitorado brasileiro. Ao longo de 2025 outras verdades surgirão.