

Marcos Marinho
Jornalista, radialista, fundador do ‘Jornal da Paraíba’, ‘Gazeta do Sertão’ e ‘A Palavra’, exerceu a profissão em São Paulo e Brasília; Na Câmara Federal Chefiou o Gabinete de Raymundo Asfóra e em Campina Grande já exerceu o mandato de Vereador.
A meia sem chulé do Presidente e o orgasmo da chula assessoria do Senador
Publicado em 17 de março de 2024O capengante jornalismo paraibano, viciado que está no deplorável financiamento via ‘jabaculês’, em sua maior parte com sinecuras do Poder Público, viveu nesta semana um lamentável dia de glórias – ao avesso -, enodoando ainda mais o setor e envergonhando aqueles que continuam, minoritariamente, a trabalhar com verdade, isenção e alto senso de responsabilidade.
A junção do pouco chulé das meias do Presidente da República com o muito chulo trabalho da assessoria do Senador vice-presidente do Congresso Nacional, que certamente motivou orgasmos múltiplos no político paraibano e em sua equipe chinfrim, resultou na queda livre do conceito moral daqueles poucos que, nesta paupérrima província e também lá no bem escovado tapete azul da sede do Poder Legislativo nacional, orbitam com elogios no entorno do patrão, mas até aqui poderiam ser enquadrados na regra da excepcionalidade.
Dos áulicos do senador, desta vez não escapou ninguém, nivelando-se assim para baixo toda a sua numerosa e bem remunerada assessoria.
Até mesmo o mais notório deles, outrora ilustre marqueteiro nas acácias que acampou no Planalto Central para servir diuturnamente ao político até no aparar das suas madeixas e no lustrar dos seus sapatos, escorregou feio na maionese…
Foi no evento de lançamento dos 100 novos Institutos Federais de Educação, em Brasília, onde a inusitada cena aconteceu: uma espécie de surpreendente ‘camaradagem’, entre o Chefe da Nação e o sub do Congresso, à parte dos protocolos e bem à vista das lentes dos fotógrafos oficiais.
Nosso pernambucano Presidente, torcedor ferrenho do Corinthians desde os tempos em que ainda era um simples metalúrgico em montadora de automóveis no ABC paulista, sem ‘que nem pra que’ (pelo menos isso não se divulgou) arregaçou uma perna das calças e mostrou ao paraibano a desbotada meia preta que calçava, e onde com seu justificado orgulho corintiano estava estampado o escudo do campeoníssimo escrete alvinegro.
A cerimônia, reportada pelo antenado jornalista Clilson Junior (CLICK PB) como “já significativa pelo seu propósito de fortalecer a educação no País”, perdeu o ‘tchan’ naquele momento quando Sua Excelência o Chefe da Nação desviou-se do roteiro para apresentar o pitoresco fato ao Senador que lhe ladeava.
Que se danem os 100 institutos, a cerimônia, os demais convidados…
E viva o Corinthians!
Naquela hora, o que mais passou a valer foi a revelada intimidade entre o Presidente e o Senador. Principalmente porque até onde se saiba NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DO BRASIL a maior autoridade do País, em pleno Palácio do Planalto, fora visto tão despido e praticando gesto assim quase obsceno, melando todo o protocolo oficial…
Estava desse modo, portanto, dada a senha para que a ‘vigilante’ tropa de mídia do neto do Major de Campo de Boi logo entrasse em campo – sem trocadilho – para levar o homem a auferir todos os dividendos.
Os possíveis e os inimagináveis!
Coube ao mais afoito – aquele lá das acácias – logo dar o mote aos demais, correr para o ‘mãos à obra’ na urgência que a ocasião requeria, e já que se tratava de CAMPOS, gritar GOL.
Instagran, Facebook, antigo Twitter, o ‘raios que o parta’, tudo em velocidade supersônica passou a estampar a fotografia do surpreendente momento. E, é lógico, com um tempero regional, se não o serviço não estaria completo, ao agrado do patrão e do eleitorado dele nas terras de Biliu e Augusto dos Anjos.
“Com o sorriso que precede as surpresas, Lula revelou uma meia do Corinthians, compartilhando não apenas um momento de leveza, mas também de profunda intimidade”, assim contou Clilson no seu festejado blog, acrescentando que “esse gesto, aparentemente simples, carrega consigo uma analogia profunda sobre as relações políticas e pessoais que se entrelaçam nos corredores do poder. A meia do Corinthians, mais do que um item esportivo, tornou-se um símbolo da confiança e da aliança entre os dois. Não é apenas uma peça de vestuário; é uma declaração de parceria e proximidade”.
A estranha cena, sem dúvidas, comportava manchetes na mídia, mas tudo tem lá os seus limites.
A chamada “grande imprensa”, por exemplo, não deu bolas… E a nossa, da Paraíba, salvo o alongado texto do diretor do CLICK PB, pouco ou quase nada registrou, apesar de todo o hercúleo esforço da tropa do Senador para fazer do momento o mais grandioso da biografia do Vice homem do Senado.
Enebriado pela emoção e vontade canina de servir, o marqueteiro das acácias fermentou a dimensão da ocorrência conseguindo enxergar nas negras meias de Sua Excelência o glorioso escudo do Galo da Borborema, Treze velho de guerra que lidera o campeonato paraibano deste ano e é dono da maior torcida do Estado.
Em seus espaços jornalísticos e nas suas redes sociais, não fraquejou e nem teve vergonha nenhuma ao plantar bajulatoriamente o maior FAKE NEWS de que se tem agora notícia nos canaviais de Santa Rita e alhures, nos coqueirais de Souza e região, nas plantações de coentro e alface do brejo e nas mantas de carne de Sol de Picuí e redondezas.
Na rádio do Senador, em Campina Grande, falar no feito passou a ser obrigação. A mensagem bíblica diária do Padre Zé Vanildo e o caso da meia presidencial agora são “cláusulas pétreas”.
Quando li a espalhafatosa mentira tive o cuidado de correr a avisar ao ilustre confrade das acácias que na meia do pernambucano o Galo de Campina nunca chegou a ciscar…
– “Menos, amigo! O escudo na canela do homem é o do Corinthians. Bote os óculos!”, avisei-lhe pelo ZAP.
Me respondeu na hora:
– “Foi por isso que apaguei!”, informou imaginando que a rede mundial de computadores não é cruel e não deixa rastros…
Mas o pior aconteceu na narrativa do próprio endeusado Senador, segundo constatei ao ler a notícia postada por Clilson Junior, o que me leva a entender que o marqueteiro e os outros áulicos apenas cumpriam ordens.
O sub do Senado anunciou ter prometido dar ao Presidente um par de meias do Treze Futebol Clube, para Sua Excelência usar na próxima solenidade festiva no Planalto, o que muito iria lhe agradar e aos paraibanos de um modo geral – torcedores ou não do escrete galista.
Mas, pensa o ilustre leitor que tudo acabou por aí?
Nunquinha!!!
Aqui na Borborema, logo a “indústria” bajulatória a serviço do – de novo – cabeludo de Campo de Boi botou a moenda para girar e primeiramente através de grupos de ZAP a meia achulesada passou a circular na internet com o brasão do Galo onde estava o do Corinthians, num primoroso trabalho de artesanato cibernético, coisa de Primeiro Mundo onde a ‘cidade da inovação’ sempre costuma dar show.
Me contaram que uma foto ampliada da montagem vai ganhar moldura e ficar assentada em lugar nobre no terraço da nova mansão do senador, naquele condomínio de milionário no caminho para Lagoa Seca.
Outras cópias, não se tenha dúvidas disso, certamente logo logo passarão a circular de Cabedelo a Cajazeiras…
Mas esse é tão somente o primeiro capítulo de uma história que muito ainda vai render.
Porque festa mesmo – leia-se babaquice – não se tenha dúvidas de que acontecerá quando Sua Excelência chegar por aqui para calçar a meia do Galo lá no calçadão da Cardoso Viera.
E c’est fini!!!