Marcos Marinho

Jornalista, radialista, fundador do ‘Jornal da Paraíba’, ‘Gazeta do Sertão’ e ‘A Palavra’, exerceu a profissão em São Paulo e Brasília; Na Câmara Federal Chefiou o Gabinete de Raymundo Asfóra e em Campina Grande já exerceu o mandato de Vereador.

A HUMANIZAÇÃO em um hospital público que agora tive orgulho de conhecer

Publicado em 11 de fevereiro de 2025

No final de outubro passado, em Campina Grande, eu tive o infortúnio de precisar dos serviços do Hospital de Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, majestosa unidade hospitalar gerida pelo Governo do Estado via ‘PBSaúde’.

Minha esposa sofrera um acidente doméstico, quebrou a tíbia e o SAMU acionado a conduziu, protocolarmente, para o Dom Luiz.

Era uma sexta feira, antevéspera da eleição municipal em segundo turno, e a cidade fervilhava.

O hospital, que regularmente recebe um alto volume de acidentados – principalmente os causados por motocicletas – estava em um dia mais atípico ainda por conta das rusgas do acirrado processo eleitoral e as querelas entre as duas correntes, que também resultavam em demandas para o local.

Já discorri sobre esse dia de cão n’outro artigo neste espaço, e o fiz mais para alertar o governador do Estado e a direção da ‘PBSaúde’, daí a desnecessidade de relembrar aquele infausto dia/noite.

Porque, e aqui sem nenhum trocadilho, ficamos – eu e toda a minha família – traumatizados no Trauma!

Cicatrizes, aliás, ainda não saradas!

E pedi a Deus, privilegiado que sou por ter um bom Plano de Saúde, para continuar me ofertando a oportunidade de nunca mais carecer da ajuda de hospital público.

Quinta feira passada, entretanto e para minha felicidade desta vez, Deus mandou-me acudir de outro equipamento hospitalar da rede pública estadual, também sob gestão da “PBSaúde”, desta feita em João Pessoa.

A filha Petra, portando uma gravidez gemelar, tudo organizou para a chegada das suas princesinhas nas 40 semanas do que a literatura médica classifica como gravidez “a termo”, os famosos nove meses que médicos gostam de contar por semanas. Mas as bisnetas da saudosa vovó Virgília e do inesquecível vovô Ovidio disseram NÃO obrigando a ansiosa vovó Márcia a interromper a fisioterapia para cola e cura definitiva da tíbia avariada e sair correndo de Campina para recepcionar as apressadinhas na brisa do mar.

Nasceriam no Hospital Nossa Senhora das Neves, o luxuoso “cinco estrelas” da rede D’or no bairro Jardim Botânico de João Pessoa, pertinho 200 metros do apartamento da mãe, onde ela recebeu os cuidados do pré-natal e onde a obstetra da sua amizade já tudo cuidava.

Contrações fora do tempo confirmaram a pressa das meninas e quando nós chegamos a João Pessoa Petra já estava em observação no HNSN, sendo certa, pois, a precocidade do parto. As 34 semanas e três dias de gestação acenderam a luz vermelha: nem “a termo” (37 a 42 semanas), nem a “termo pleno” (39 a 40 semanas) e tampouco a “termo tardio” (41 a 42 semanas).

Nascidos precocemente, bebês precisam de UTI Neonatal; as mães idem.

E aí veio o complicador, no caso da minha filha: naquele exato dia, 06 de fevereiro do ano da graça de 2025, a UTI do HNSN passava por uma manutenção de rotina, de sorte que o risco para as meninas e a mãe aumentaria, levando a médica a aconselhar a urgente transferência da parturiente para um hospital público dotado de UTI neonatal – Maternidade Candida Vargas ou Hospital General Edson Ramalho (rede estadual).

O HNSN tentou a regulação, mas foi negada nos dois hospitais, que estariam lotados. Foi quando a intercessão divina aconteceu: acionei o presidente da PBPrev, Johnny Bezerra, que imediatamente botou em ação Lucas Lima Rocha, Gerente da Regulação na Capital, e em 15 minutos uma ambulância dotada com UTI chegou à porta do HNSN para transportar Petra para o Edson Ramalho, onde veio a fazer o parto cesáreo nos primeiros minutos da sexta feira dia 07.

Com quadro grave de pré-eclâmpsia, pressão ainda altíssima fora dos padrões regulares, Petra foi direto para a UTI e as princesinhas idem, para a NEONATAL, de onde saíram após apenas meia hora, por não mais precisarem de cuidados urgentes. A mãe ainda ficou dois dias na UTI e no terceiro foi liberada para a enfermaria, onde ainda está para controle da pressão arterial, que teima em se manter elevada.

Esse relato é tão somente um preâmbulo, deixando um pouco de lado a preocupação com a filha ainda hospitalizada, para que eu possa atestar a minha gratidão a todos do Hospital Edson Ramalho – equipe médica e de enfermagem, pessoal da limpeza e da segurança (inclusive terceirizados) -, sem exceção todos imbuídos de tratar gente como gente, totalmente diferente do que vi no Trauma de Campina Grande naquele outubro que espero um dia esquecer.

É certo que o Edson Ramalho não é uma pérola, em se tratando de hospital. A estrutura física já vem sendo carcomida pelo tempo, o piso já passou da hora de ser trocado (a lias, vi na internet que o presidente antigo da ‘PBSaude’ acertara com o governador essa troca, mas ela não se concretizou) e outros senões de pequena importância merecem olhar mais dinâmico, mas é imperioso ressaltar que o efetivo humano é nota 10. Lá se trabalha com sorriso aberto, de dia e de noite e eu não vi até agora ninguém reclamando de nada

Curioso como jornalista que sou, passei meus olhos por todos os ambientes. Vi a Unidade de Cuidados Intermediários Convencional (UCINCo) impecável, na Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCa) observei toda a estrutura necessária para o seu mister onde lá estão equipes multiprofissionais dando uma assistência humanizada levando em consideração a necessidade individual de cada um dos prematuros em tratamento, o que é extremamente importante para aliviar a tensão das mães que aguardam a alta hospitalar.

Enfermarias lotadas atestam a alta demanda por leitos, mas é bom ressaltar que nelas não há inchaço, como no Trauma campinense onde as camas quase ficam uma sobre a outra e a limpeza deixa a desejar, além do que todas elas, no Edson Ramalho, são climatizadas.

Participei dessa minha alegria com o amigo Johnny Bezerra e desejo que a sua gestão seja a melhor possível, pois conhecimento do serviço e capacidade ele tem de sobra. E fico aqui agora, quase como um “padrinho” do Edson Ramalho, a ansiar que tanto João Azevedo quanto Johnny arregassem plenamente as mangas das camisas para manter aquilo lá como este grande exemplo na Saúde estadual.

De Johnny, já recebi a garantia de que seu trabalho é para manter todos os hospitais vinculados à ‘PBSaúde’ HUMANIZADOS.

Pra mim isso basta!