Marcos Marinho
Jornalista, radialista, fundador do ‘Jornal da Paraíba’, ‘Gazeta do Sertão’ e ‘A Palavra’, exerceu a profissão em São Paulo e Brasília; Na Câmara Federal Chefiou o Gabinete de Raymundo Asfóra e em Campina Grande já exerceu o mandato de Vereador.
A GUARDA CORRUPTA DE PITIMBU
Publicado em 8 de janeiro de 2024A Guarda Municipal de Pitimbu deitou e rolou no feriadão de Ano Novo, se inserindo vergonhosamente na lista das maiores caçadoras de propinas da Região. Tudo, obviamente, ao arrepio da lei e dos olhos da prefeita da localidade, a quem cabe chamar o feito à ordem e aplicar punição exemplar a boa parte da sabida tropa.
Nós – eu, filhos e genro – fomos alcançados por ela logo no primeiro dia do novo ano quando nos atrevemos a deixar o paraíso de Carapibus (Conde) e levar a meninada para dar os “sete pulos” nas ondas da paradisíaca Praia Bela, primeiro balneário depois de Tambaba, na vizinha pequenina cidade.
Na estradinha que leva ao mar, a Guarda montou seu alçapão: uma possante S-10 cabine dupla, pintada com as cores do Município, estrategicamente estacionada entre a rua e o meio fio, facilitando a abordagem dos veículos que obrigatoriamente teriam de entrar em corredor delimitado por cones de plástico onde os famintos servidores desincumbiam-se da “missão”.
Nossa comitiva era formada por três carros de passeio, cada um com a lotação permitida de cinco passageiros, à exceção do carro do genro, que levava também meu netinho de dois anos e um sobrinho de quatro.
Eu logo me livrei dos famélicos, para visível frustração dos coitados… CNH em dia, emplacamento idem, luzes externas, extintor de incêndio, tudo em perfeitas condições, a impedir a ação arrecadadora dos guardas corruptos. O carro dois idem, mas o do genro foi impedido de seguir, por conta de “excesso de passageiros” (o netinho de dois anos e o sobrinho de cinco!).
Já liberado para seguir, fiquei estacionado à espera do genro, que fora convidado pelo “comandante” da blitz para uma conversa ao lado da S-10, onde – logo pude constatar – funcionava o caixa do propinoduto.
Tomei a atitude de descer do meu carro e fui procurar saber qual o problema e no que eu poderia eventualmente ajudar. Identifiquei-me como sogro do rapaz e o tal ‘comandante’ do propinódromo, com visível aborrecimento me ordenou para voltar ao veículo alegando que já estava resolvendo o caso com o interessado e não desejava tumulto no local.
Obedeci e retornei ao meu automóvel, de lá vendo quando o meu genro se dirigiu ao seu para pegar algo com a esposa e, imediatamente, retornar à “cena do crime”, de onde veio a finalmente ser liberado para seguir até a Praia Bela.
Relato do meu genro, quando pudemos ter a alegria de sentar à mesa na linda e superlotada orla para botar o papo em dia: que o guarda avisou que iria emitir uma notificação pela ocorrência, mostrando no celular o valor da multa (mais de R$ 300,00) e a pontuação negativa que seria aplicada na CNH, mas de pronto avisando que facilitaria as coisas para ele, desde que recebesse “um peixe” pela gentil colaboração.
Atônito, o genro informou não dispor do PEIXE e até descontraiu: “viemos aqui exatamente para pegar peixes, na praia…”.
Demonstrando pressa, uma vez que a fila de veículos já estava grande no momento, o guarda foi à réplica: “…pode ser uma oncinha!”.
E foi exatamente a ONÇA – nota de R$ 50,00 – que veio a resolver o problema, caracterizando a propina e o crime cometido pelos três servidores públicos da azeitada Guarda Municipal, ali acampados para o “extra” dos salários.
Vim a saber mais tarde na praia, por um atendente do bar, que tal tipo de queixa tem sido recorrente, embora a presença da Guarda no local – segundo o garçon – seria para disciplinar o trânsito e estacionamento dos ônibus, que às centenas, acorrem à praia em finais de semana e feriados.
Fica, assim, feita a minha denúncia com o objetivo de colaborar para que a Guarda Civil Municipal de Pitimbu possa ser elogiada e nunca criticada por crimes do naipe desse que flagramos. E desde já me coloco à disposição da excelentíssima prefeita para dar meu testemunho presencial, se assim preferir, onde poderei levar inclusive fotografias dos infelizes “meliantes” daquela desproposital abordagem.