Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

A DISLEXIA POLÍTICA DE BRUNO AO DEIXAR PARLAMENTO DISPERSO

Publicado em 25 de abril de 2024

O comportamento “excêntrico” do prefeito Bruno Cunha Lima vem causando perplexidade na classe política local – principalmente nos últimos meses – quando ficou perceptível a sua mais completa desatenção com o calendário eleitoral já em curso, e em contagem regressiva. Identificam-se ainda em Bruno outras dificuldades como, por exemplo, não enxergar adversários (disfarçados) que há bastante tempo tramam e estão orquestrando uma conspiração no governo, debaixo de seu nariz.

O estilo Bruno pode até ser avaliado como “político de boa fé”, com ausência de “malícia”. Mas, no meio das disputas (selvagens) que o abriga, o aperfeiçoamento dos sentidos – principalmente o “olfato” e a “audição” – são imperativos para sobrevivência dos ataques surpresas de seus predadores naturais, que anseiam ocupar seu território. A visão às vezes confunde. O tato aufere textura, temperatura e obstáculos.

Permitir que a Câmara Municipal, numa sessão conspiratória – nada de improviso – “desautorize” um empréstimo – volume de recursos imprescindíveis para conclusão de uma bateria de obras – destinado à infraestrutura do município, é um descaso sem precedentes. O prefeito não ter conhecimento da pauta? A sua liderança no Legislativo não ter lhe informado com antecedência, e no momento não obstruir a votação? Nenhum vereador da “base” ter pedido vistas, ou usar “questão de ordem” para barrar e evitar a catástrofe? Ficou mais que evidente (redundância) que Bruno perdeu completamente as rédeas de sua gestão. Será abandonado a partir das convenções, e o evento de ontem (24/04/2024) encorajou os traidores de plantão.

Para montar este simples quebra-cabeças, bastava atenção mínima. Porém, o maior problema do “disléxico” é a paciência, ou a preguiça de se concentrar e manter o foco neste tipo de exercício. Só Bruno não observou o comportamento pusilânime de Romero?

Os recados de Tovar; revalido pronunciamento do presidente da Câmara, quando cobrado por fidelidade… Até o deputado estadual Sargento Neto – campeão de votos em Campina Grande 2022 – avisou no início desta semana que Bruno estava cercado de “amigos da Onça”, personagem criado pelo chargista Carlos Estevão, da extinta revista “O Cruzeiro”, mostrando que os amigos são quem traem.

Ainda lhe resta um grande exército, fortemente armado e com grande poder de fogo. Basta escolher bons generais, e usar o ataque como “elemento surpresa”. A falta de bons comandantes, com poderes de decisão, pode repetir o insucesso das tropas italianas e francesas nas duas grandes guerras. Principalmente na primeira, onde proporcionalmente morreram mais soldados franceses e italianos fuzilados por deserção, que no campo da honra combatendo o inimigo.