Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

A CORDA ESTICOU 

Publicado em 8 de setembro de 2022

No dia seguinte (hoje) após manifestações do bicentenário da independência, as dúvidas se dissiparam sobre quem está liderando as pesquisas de intenções de voto na corrida presidencial. O ‘Data Povo’ e as ruas não falham desde 2018. Se antecipando a perda de credibilidade, terça-feira (06/09/2022) a Revista Veja – integrante do Consórcio Midiático – divulgou na coluna Radar, assinada por Robson Bonin, índices do Instituto Gerp, onde numericamente Bolsonaro (39%) ultrapassa Lula (38%).

Margem de erro de 2,18%. O Instituto ouviu 2.095 pessoas entre os dias 29/08/2022 e 01/09/2022. Comparando com as anteriores, o Gerp constatou estagnação de Lula e crescimento de Bolsonaro (9%). No mesmo dia 01/09/2022, Modal/Futura revelou dados de outra amostragem, com vantagem de Bolsonaro – fora da margem de erro – 40,1% e Lula com 36,9%.

O “vira-vira” vai começar. Faltava a justificativa do 07 de setembro. Esqueceram da mesma data do ano passado? A multidão ainda no período de pandemia lotou as ruas dos grandes centros do País. Este ano foi bem maior. Brasmarket e 6-Sigma mostraram Bolsonaro à frente do petista, antes do Auxílio Brasil, com cobertura a taxistas e caminhoneiros. Desemprego ainda em alta, e sem previsões de crescimento do PIB.

As consequências do colossal evento (07/09/2022) acarretarão mudanças profundas nas disputas pelos governos dos estados. Principalmente para candidatos que “modularam” suas campanhas no formato assimétrico imaginando que não haveria “colação” com a postulação presidencial. O verde-amarelo não mais se misturará com o vermelho, como vimos no passado aqui na Paraíba, quando o PT fez campanha Lula lá, Cássio cá, oficializados com comitês em João Pessoa e Campina Grande (2002 e 2006).

Procede – em parte – a análise do ex-governador Ricardo Coutinho, sobre a impossibilidade de crescimento de João Azevedo nesta reta final de campanha. Com a corda esticada, é impossível tirar votos dos bolsonaristas. A mesma “profecia” vale para Veneziano, grudado em Lula, que paradoxalmente engessou o que resta do PT, nos maiores centros proletários do país: São Paulo, Minas e Rio de Janeiro.

MDB/PT e PSB se engalfinharão num duelo de vida ou morte, para alcançarem o segundo turno. Ambos não subtrairão votos de Nilvan Ferreira, nem de Pedro Cunha Lima. Terão 60% do eleitorado paraibano, votos suficientes para levarem ambos ao segundo turno? Quanto a Ricardo Coutinho, hoje ainda consegue disputar. Mas, o tempo urge. No próximo dia 12/09/2022, se o seu nome não for inserido na urna eletrônica, seu PT migrará para João, restando-lhes o ostracismo.

Wellington Roberto, com as chaves do cofre do “Fundão Eleitoral” do PL, tem “entravado” – para não citar boicotado – a campanha de Nilvan Ferreira, decepcionando os bolsonaristas. Tem falado na “linguagem” do egoísmo, em conluio com Efraim, Pedro e Cássio, sacrificando mais uma vez seu filho Bruno. Agindo como brejeiro: “em tempos de pouca farinha, primeiro o meu pirão”, Wellington caminha olhando só para o umbigo, e pode terminar batendo com a cabeça na parede. Com ou sem ele, Nilvan tem vaga no segundo turno. A não ser que desista ou renuncie.