Valberto José
Jornalista, habilitado pelo curso de Comunicação Social da Universidade Regional do Nordeste (URNE), hoje UEPB. Colunista esportivo da Gazeta do Sertão e d’A Palavra, passou pelo Diário da Borborema e Jornal da Paraíba; foi comerciante do setor de carnes, fazendo uma pausa de 18 anos no jornalismo.
A Copa inesquecível
Publicado em 30 de novembro de 2022O golaço de Richarlison fez acentuar em mim as lembranças da minha Copa do Mundo inesquecível. Pode parecer clichê, mas a Copa marcante na minha memória foi a primeira que assisti. Aquela, também primeira transmitida pela TV, em preto e branco, em que o Brasil foi tri, ficando em definitivo com a Taça Jules Rimet.
Ainda morava na “casa da minha infância”, na Almirante Barroso, trecho que não tinha mais do que quatro moradores com aparelho de TV em casa. Imagine a disputa por “ingressos”.
Acompanhando meu pai, lembro que vi, em forma de rodízio, os jogos em três das residências com “cineminha em casa”, todas com lotação esgotada. A sala escura e apertada, com gente se acotovelando, portas e janelas fechadas, para que a claridade de fora não embaçasse a visão dos lances na tela chuviscada.
A animação e a confiança dos torcedores caseiros eram grandes, formando uma algazarra incontrolável e correspondida com as atuações e as vitórias do time, que tinha na genialidade de Pelé o ponto alto.
A ele, juntavam-se craques do quilate de Rivelino, Tostão e Gerson, o Canhotinha de Ouro, e ainda Jairzinho, com suas arrancadas que o fizeram o Furacão da Copa e artilheiro da equipe, vice da competição.
Pelé foi tão genial que jogadas suas que não resultaram em gols são lembradas até hoje. Não há como esquecer a cabeçada defendida por Gordon Bank, goleiro da Seleção Inglesa, que ficou conhecida como a defesa do século.
Também inesquecível o chute do “Rei” antes do meio-de-campo, contra a Tchecoslováquia, lembrado até hoje como o “gol que Pelé não fez”. E ainda aquele drible de corpo que ele aplicou em Mazurkiewicz, arqueiro uruguaio.
Foi uma Copa inesquecível, conquistada por uma seleção inesquecível na invencibilidade de seis jogos, resultado dos 19 gols marcados e apenas sete sofridos. Chamavam-na de Seleção Canarinha e Seleção de Ouro. Na realidade, a camisa amarelinha reluzia aos nossos olhos a cor do ouro.
Foi tudo lindo, naquela Copa. A música “Pra frente, Brasil”, letra de Miguel Gustavo e melodia reclamada mais tarde pelo trombonista Raul de Souza, contagiava a todos. Até hoje não encontro melodia que a supere.
Lamentável que a canção de letra ufanista tenha sido afanada pelo regime da época no sentido de jactar-se da existência de um falso progresso econômico, disfarçando uma unidade nacional inexistente. Além da tentativa de empanar a repressão e a censura existentes.
ANTONIETA RODRIGUES
Há pessoas que a gente não conhece e só pelo que de bom falam delas, a gente admira. É o exemplo da médica Antonieta, irmã de Romero Rodrigues, falecida no início da semana. Duas irmãs minhas tiveram convivência profissional com ela em Porto Velho e, sobre ela, só diziam maravilhas.
“Muito triste. Pessoa espetacular na simplicidade, na serenidade. Profissional mega competente”, disse a mana Albanete, cujo filho Pedro cresceu sob os seus cuidados pediátricos, ao saber de sua partida. Às famílias, em especial ao marido Marcelo, primo de minha mãe, os nossos sentimentos.
CABRA BOM DE FORRÓ
Em participação no Cantos e Contos, da TV Correio, domingo, 27/11, o pessoense Laerson Alves mostrou que tem talento para cantar forró. Com voz privilegiada, iniciou o programa botando quase todo mundo para dançar, interpretando grandes sucessos de Pinto do Acordeon. É quem melhor eu vi cantando as músicas que Pinto canta.
Laerson Alves é funcionário do Sesc João Pessoa e, pelo que entendi, atuante na parte cultural do órgão. Pelo potencial que mostrou, será bem-vindo ao São João que o Sesc Campina Grande Açude Velho promove todos os anos. Garanto que é melhor que muitos famosos que lá se apresentaram.