Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

A coerência de Adriano Galdino cobra reciprocidade e gratidão a João Azevedo

Publicado em 1 de abril de 2024

O método que impõe respeito e admiração do eleitor, por uma liderança política, é avaliado por dois tipos de comportamento. Embora pareçam semelhantes, são absolutamente distintos: coerência e ingratidão, atestados em seu histórico na vida pública.

Em entrevista – semana passada – transmitida por uma emissora da Capital, o presidente da ALPB Adriano Galdino “vocalizou” através de um “comentário desabafo”, suas expectativas com relação a “sensibilidade” do governador João Azevedo, no tocante a reciprocidade, sentimento derivado da “gratidão”.

Jornalista Ytalo Telas Prédio, comentando a entrevista de Galdino em postagem recente, resgatou o episódio das confabulações (2021), período pré-eleitoral, quando estavam “costurando” os acordos que se desdobraram no arco de alianças, para alcançarem com êxito a reeleição do governador João Azevedo. Todavia, nos bastidores o jogo foi sujo, com chantagens e blefes. O Republicanos levou uma rasteira do deputado federal Aguinaldo Ribeiro, que vinha impondo sua candidatura ao Senado, mesmo já tendo uma irmã ocupando uma das três vagas da Paraíba. Mas, seu propósito não era este. Desviava o foco, para atingir seu objetivo: uma rasteira em Adriano Galdino e no Republicanos, tomando-lhes a vaga de vice, e pondo seu sobrinho Lucas Ribeiro.

Olhando apenas para seu umbigo, e sentindo-se mais “sabido” que os demais, Aguinaldo Ribeiro vislumbrou a perspectiva e conseguiu sair do pleito mais fortalecido.

Lucas Ribeiro como vice-governador, o futuro de João Azevedo estaria em suas mãos. Sem o menor constrangimento, rompeu com os Cunha Lima, que os resgatou politicamente do ostracismo. Daniella foi vice de Rômulo (perderam) mas, semeou e colheu um assento na Casa Epitácio Pessoa. Antes, foi secretária do governador Cássio Cunha Lima. Romero Rodrigues, na sua reeleição, defenestrou o filho do poeta, seu vice, Ronaldinho, e pôs em seu lugar o decano do Clã Ribeiro, Enivaldo.

Em 2018 – disputa pelo Senado – até os últimos 15 dias antes do pleito, pesquisas de intenção de votos apontavam Cássio Cunha Lima em primeiro lugar. O tucano é coerente. Exigia o voto “casado” com Daniella. Mas, para espanto de todos, ela se elegeu – casando votos com Veneziano e até Luíz Couto – deixando Cássio amargar a quarta colocação.

Véspera das eleições municipais (2024) os Ribeiros ainda não se manifestaram em participar do pleito. Estão com os olhos em 2026. Andaram cortejando Romero, um calejado no ramo, que sabe de antemão que além do apoio e discurso não terá mais nada. E o dinheiro? Fica por conta de João Azevedo, que só promete “estrutura” (?).

O governador navega em “Mar de Almirante”. Fazendo uma analogia ao futebol, quem “carrega” o time é o “meio de campo”. Adriano Galdino tem suado a camisa, desarmando os ataques, e armando contra-ataques para o centroavante João Azevedo marcar seus gols. Mas para testar a liderança de João, basta deixar uma bola passar e o time tomar um gol de uma CPI. Dificilmente virará o jogo. Uma CPI, não importa o tema, só sabe como começa. A dos Bingos (Lula I) derrubou até o superministro Antônio Palocci. No último dia, o Senador Garibaldi Alves, presidente, perguntou em plenário: afinal, os bingos são legais ou não? Esta CPI foi para apurar sua legalidade! Surpresos, esquecidos do tema, sem nenhuma audiência, decidiram que era ilegal (?).

O “coletivo girassol”, que não briga por política, luta para se manter no poder, enxerga Adriano Galdino como um inimigo. Quer humilhá-lo, levando-o a apoiar Cícero Lucena (leia-se Aguinaldo Ribeiro) em João Pessoa, e em Campina Grande, se porventura Romero for candidato, os louros da vitória serão de João e dos Ribeiros.

Cobra só é temida pelo seu veneno. É hora do Republicanos mostrar sua força. Aliar-se a chapa com chances de vitória em Campina e João Pessoa. Será uma demonstração de coerência, estará ao lado do senador que elegeram: Efraim Filho. Se o Republicanos tiver juízo, apoiará Ruy em João Pessoa e Bruno em Campina Grande.