52% dos brasileiros não praticam atividade física regularmente, diz pesquisa do SESI
Publicado em 27 de junho de 2023A prática regular de atividades físicas, considerada por especialistas como um dos principais meios de promoção e cuidado com a saúde, ainda não faz parte da rotina da maioria dos brasileiros. Pesquisa do Serviço Social da Indústria (SESI) com a população revela que 52% dos entrevistados raramente ou nunca fazem exercícios. Entre os que praticam atividades físicas, 22% se exercitam diariamente, 13% pelo menos três vezes por semana e 8% pelo menos duas vezes por semana.
A frequência da prática de atividades físicas é um dos itens do levantamento, que abordou hábitos relacionados à saúde, qualidade do atendimento e dos serviços de saúde, a relação entre saúde e trabalho e perfil de uso dos serviços. A pesquisa foi realizada pelo Instituto FSB Pesquisa entre os dias 10 e 14 de março de 2023. Foram entrevistados 2.021 cidadãos com mais de 16 anos em todos os estados do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
“A promoção da saúde e de comportamentos preventivos é fundamental para a redução de problemas na vida das pessoas. Com a prática de atividades físicas, temos pessoas mais saudáveis e dispostas para encarar os desafios do dia a dia”, destaca Rafael Lucchesi, diretor superintendente do SESI.
A premissa é evidenciada quando se faz a associação entre prática de atividade física e adoecimento. De acordo com a pesquisa, 72% das pessoas que praticam exercícios com frequência não tiveram problemas de saúde nos últimos 12 meses. Entre aqueles que nunca praticam atividades físicas, 42% tiveram problemas de saúde nos últimos 12 meses.
Acesse Aqui, os detalhes da pesquisa.
Quando questionados sobre o estado de saúde individual comparado com alguém da mesma idade e sexo, 7 em cada 10 brasileiros (67%) avaliaram como “muito bom” e “bom”. Outros 26% avaliaram como regular e 6% como ruim e muito ruim. E quando perguntados sobre todos os aspectos que envolvem a saúde – físico, mental e social, não somente a ausência de doenças -, o percentual de quem avaliou o estado de saúde como muito bom e bom caiu cinco pontos percentuais (63%).
Boa saúde envolve físico, mental e social, dizem entrevistados
A relação entre trabalho e qualidade de vida também foi abordada pela pesquisa. Nesse aspecto, 9 em cada 10 entrevistados (94%) concordaram que um profissional com a saúde física e mental em dia é mais produtivo no seu trabalho. A pesquisa também apontou que 12% dos entrevistados têm hábito de realizar consultas regulares com psicólogo.
A maioria acredita que a saúde é um fator que não significa somente ausência de doenças ou enfermidades. Para quase 9 em cada dez pessoas (88%), a saúde é um estado completo de bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença. O trecho da pesquisa que abordou a relação entre saúde e trabalho também avaliou aspectos como a satisfação com a atividade e o ambiente, perda de trabalho por motivos relacionados à saúde e o envolvimento em acidentes.
A população – neste caso, empregados formais – também foi perguntada sobre medidas adotadas para melhorar a saúde dos trabalhadores. Para 66% dos trabalhadores, as empresas em que trabalham estabelecem limites de horas de trabalho ou número de turnos, 55% permitem flexibilidade e pausas para descanso ou prática de exercícios e 49% têm estrutura para prevenir violência, assédio e discriminação, ambiente livre do fumo e política de jornada de trabalho flexível, como home office.
67% usam o Sistema Único de Saúde
A pesquisa do SESI também buscou verificar como a população utiliza e avalia o sistema de saúde (público e privado), tanto pela percepção quanto pela experiência. Segundo o levantamento, 43% dos brasileiros utilizam apenas os serviços públicos, 27% utilizam tanto serviços públicos e privados e 12% utilizam o serviço privado. Entre os que utilizaram nos últimos 12 meses, 67% recorreram ao sistema público e 32%, ao setor privado
Os resultados chamam a atenção para a grande diferença entre como o brasileiro percebe a qualidade do serviço utilizado com sua experiência de atendimento, em especial em relação aos serviços públicos. Quando se trata da percepção sobre a qualidade dos serviços públicos e privados, as perspectivas são diametralmente opostas. Entre os entrevistados, 40% consideram a qualidade dos serviços privados ótima e boa e 15% a consideram ruim ou péssima. Quanto aos serviços públicos, apenas 16% dos entrevistados consideram a qualidade ótima e boa e 46% a consideram ruim e péssima.
De forma geral, a percepção negativa sobre o serviço público parte do brasileiro que utiliza apenas o setor privado. Entre os usuários do serviço privado, 15% consideram a qualidade do serviço público ótima ou boa, enquanto 51% a avaliam como ruim ou péssima. Esse mesmo público avalia o serviço privado, 50% o avaliam como bom ou ótimo e 13%, como ruim ou péssima. Já entre os usuários apenas do serviço público, 34% avaliam o serviço privado como ótimo ou bom.
Na população total, porém, quando se avalia a experiência de atendimento na rede pública (Sistema Único de Saúde – SUS), 45% a consideraram ótima e boa, 35% a consideraram regular e 18% a consideraram ruim ou péssima.
De maneira geral, quem utilizou os serviços de saúde (públicos e privados) recentemente, avaliou bem tanto o atendimento como os serviços. A qualidade do atendimento foi ótima e boa para 68% da população, regular para 23% e ruim ou péssima para 9%. A qualidade do serviço foi ótima e boa para 67%, regular para 25% e ruim ou péssima para 8%.
Maioria defende atendimento primário como porta de entrada no sistema de saúde
A Atenção Primária em Saúde foi valorizada pela população ouvida na pesquisa. Para 8 em cada 10 pessoas, o percurso no sistema de saúde deve iniciar nesse nível de atendimento: 79% acham melhor o paciente ser sempre atendido pelo clínico geral ou pelo programa de saúde da família antes de procurar um especialista.
“O fortalecimento e a reorganização da atenção básica, por meio da coordenação entre os diferentes níveis de cuidado e acompanhamento dos pacientes na trajetória ao longo do sistema, são importantes quando se busca maior eficiência e resultado em saúde. E essa é, sem dúvida, uma agenda prioritária para o país”, destaca Katyana Aragão, gerente-executiva de Saúde e Segurança na Indústria do SESI.
Confira a pesquisa completa!
Pesquisa CNI Saúde & Trabalho.pdf (4,7 MB)
Fonte: Assessoria