Quiproquó no ZAP entre jornalista assessor de Veneziano e fotógrafo ressuscita “quadrilha” de secretários da PMCG quando senador era prefeito

Publicado em 21 de agosto de 2023

Góes e Cardoso, quiproquó que mela o senador

Um entrevero virtual no grupo de ZAP da imprensa campinense, neste domingo (20), teve o dom de trazer de volta à mídia um tema que certamente o senador Veneziano Vital do Rego não deseja mais lembrar: o da chamada “bandidagem” que teria marcado o final da gestão do seu segundo mandato como prefeito de Campina Grande, uma década atrás.

Tudo começou quando o polêmico fotógrafo Cláudio Góes respondeu a uma postagem do colega Josué Cardoso, que é assessor de Veneziano, lotado no seu gabinete em Brasília, em assunto envolvendo a rádio Metropolitana FM, emissora pertencente, por comodato, ao senador.

“Metropolitana, mente falando…”, provocou Góes, já que Cardoso integra o cast da rádio fazendo reportagens para os jornalísticos da grade de programação.

Rennan, foi tesoureiro da prefeitura e acusou Veneziano e Vital do Rego

No revide, Josué Cardoso aludiu à suposta condição de Góes como ouvinte assíduo. “É nosso ouvinte de carteirinha kkk”, comemorou.

Cláudio Góes rebateu com dureza: ”Não faço a menor ideia da sintonia, de onde ‘fala’, e de bota em Campina Grande, mas sei ser de agregados, pagos com dinheiro público, assim como toda família, em todas as trajetórias de vida, e falcatruas…”

E prosseguiu: “Olha aí quem conhece a trajetória da quadrilha, Josué”, informou postando uma foto do ex-tesoureiro da PMCG, Rennan Trajano, que na época acusou em entrevista ao jornal Folha de São Paulo que a gestão de Veneziano fora marcada por ilícitos.

“E não vá dizer que foi eu que disse”, advertiu Cláudio Góes a Josué.

– “Eu só entendo de quadrilha junina kkk”, provocou Cardoso, aumentando a ira do fotógrafo.

Cassiano foi vereador e Chefe de Gabinete do prefeito. Saiu acusando Veneziano de chefiar uma gangue 

– “Pois fique sabendo, em primeira mão, que você trabalha, involuntariamente, para um agregado de bandidos, que os Poderes, PF, GAECO, MPF, CGU, nominaram de Quadrilhas do Tesoureiro, Famintos, Cheque Mate, e Calvário, juntos, respondem a centenas de processos, que num Estado de direito, onde a Lei prevalecer, estariam encarcerados, por toda sorte de Corrução praticadas em desfavor do Erário Público. São uns bandidos. E tu te fazendo de besta…!”, concluiu Góes.

Acuado com a viva e indesejável memória de Cláudio Góes, Josué derivou:

– “Cláudio. Vamos focar nos interesses de Imprensa. Isso é muito chato. Acho melhor vc dizer isso pra eles. Eu e tantos colegas estamos fazendo nosso trabalho. Eu, Carlos Magno e tantos outros não fazemos parte de quadrilha. Somos jornalistas. Calvário, Xeque Nate, Famintos, etc, isso é com a Justiça.

Cláudio finalizou: “Eu apenas disse que vocês são inocentes, trabalhando pra espertos… Somente.”

O lamentável diálogo entre os dois, e que somente serviu para deslustrar ainda mais a vergonhosa história do ex-prefeito hoje senador, termina com Josué Cardoso pedindo “paz” e chamando o colega para o que mais aprecia na vida: Tomar cachaça.

CARDOSO: “Bora tomar uma que é melhor”.

CLAUDIO GÓES: “Tou na área”.

As mensagens no grupo de ZAP, onde Josué Cardoso é um dos administradores, foram deletadas, mas APALAVRA as recuperou.

RELEMBRANDO RENAN E CASSIANO 

O ex-tesoureiro da Prefeitura de Campina Grande, Rennan Trajano Farias, afirmou que, em 2010, fez entregas ao então candidato ao Senado Vital do Rêgo (PMDB-PB), hoje ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), de dinheiro em espécie desviado de um contrato de R$ 10,3 milhões entre a prefeitura e uma empreiteira que nunca executou os serviços acordados.

Quando senador, Vital do Rêgo foi designado pelo presidente do Senado Renan Calheiros, a quem é ligado, para presidir duas CPIs da Petrobras que nada apuraram de concreto sobre o escândalo desmantelado pela Operação Lava Jato. Ganhou, como prêmio, o cargo vitalício de ministro do TCU.  

Rêgo negou ter recebido recursos do ex-tesoureiro e disse que não tinha “relações de qualquer natureza” com ele. Vital afirmou ter interpelado judicialmente Farias em dezembro de 2013 sobre as acusações, mas o caso acabou arquivado porque ele não apresentou explicações.

Segundo ainda o ministro, “este comportamento soa como subterfúgio de cidadão notoriamente conhecido na Paraíba pela prática de atos reprováveis, como a transferência de recursos públicos para a sua conta”.

Já o ex-vereador Cassiano Pascoal, atual secretário de Estado no Governo João Azevedo, e que na segunda gestão de Veneziano atuou como Chefe de Gabinete do Prefeito, principal cargo na estrutura municipal, acusou o seu Chefe de comandar uma gangue na prefeitura, referindo-se aos secretários JúlioCésar Cabral (Finanças), Alexandre Almeida (Planejamento) e Alex Azevedo (Infraestrutura).

Até hoje não se tem notícia de que algum dos envolvidos tenha inquirido judicialmente Cassiano sobre as acusações.

Fonte: Da Redação