(EDITORIAL) OCASO DA FIEPB (IV) – Campina Grande continuará resistindo aos medíocres e à mediocridade dos que teimam em trair seu destino de glórias
Publicado em 19 de dezembro de 2024Ao ser entrevistado ontem pela CBN Campina Grande, o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEPB), Cassiano Pereira Neto, à falta de ter o que mostrar de sua pífia gestão não escondeu o despreparo para o cargo que ocupa.
Derivando das indagações que tentavam captar o que de novo teria sido implantado, suas respostas eram elogiar os entrevistadores e o sistema Globo da Paraíba, privilegiado com praticamente toda a verba publicitária da FIEP/SESI/SENAI.
Pelo que fez questão de transparecer, Cassiano admira muito o jornalismo “global”.
Esqueceu o resto da mídia paraibana, principalmente a campinense, que tem bons profissionais e uma associação: a Associação Campinense de Imprensa (ACI), outrora prestigiada por seu antecessor Buega Gadelha, hoje ignorada em sua gestão.
Lamentável entender-se desde agora que Cassiano Pereira não deixará marcas na história de sua passagem pela Casa da Indústria e, ao contrário, será lembrado para sempre pelas sequelas inesquecíveis do seu período à frente da FIEP/SESI/SENAI e os atos desumanos, demitindo perversamente mais de uma centena de empregados qualificados, a maioria sexagenária, próxima a aposentadoria, com mais de 30 anos de trabalho.
Uma verdadeira devassa com digitais de esquizofrenia e sadismo!
Suas vítimas estão todas na “tarja preta”. Depressivas e com síndrome do pânico, cujos efeitos colaterais podem ir do suicídio a outras comorbidades mais graves, como hipertensão, diabetes, culminando em AVC e infartos fulminantes.
Como alguém recomeçar uma vida, após 55 ou 60 anos de trabalho e dedicação a uma entidade, se tudo que aprendeu foi ser peça de uma engrenagem que funcionava com perfeição?
Para disputar sua última e polêmica reeleição, o presidente da FIEPB, Buega Gadelha, fez mudanças significativas e corajosas dentro da entidade, ao cortar privilégios, gastos e empreguismo sem trabalho. Um desafio financeiramente saudável para a instituição, mas com efeitos que lhe custaria caro, levando-o a perder apoios de dez dos 26 presidentes dos Sindicatos com direito a voto. O avanço aloprado dos privilégios desfrutados por esta gente começou a comprometer a austeridade administrativa que marcava a gestão de Buega. Eram autênticos sanguessugas que estavam deixando a Casa da Indústria anêmica, envelhecida e obsoleta. As raízes já estavam bastante profundas. Podar não seria mais a solução eficaz. Tinham que erradicar, ou extirpar esse cancro maligno, evitando os devastadores efeitos de sua metástase, que inevitavelmente comprometeria o bom funcionamento da Instituição.
Para acompanhar os desafios da Confederação NacionaI da Indústria (CNI), que busca modernizar o parque industrial brasileiro tecnologicamente sucateado, Buega montou uma chapa com novos nomes, dentre os quais o atual presidente, industrial Cassiano Pereira Neto, como seu vice, na esperança de prepará-lo para sucedê-lo, ensinando-o passo a passo como funciona o gigante e complexo conglomerado FIEP/SESI/SENAI. Sua preocupação era segurar a posição de respeito conquistada em nível nacional, como por exemplo a Escola Modelo de Campina Grande, fomentadora de know-how para toda rede de educandários do SESI no país.
Outras conquistas, fruto de sua ação política individual, a autorização do MEC para formação ou titularização do terceiro grau, ou nível superior, dos cursos oferecidos pelo SENAI-PB, concessão do então ministro da Educação Fernando Haddad, hoje ministro da Fazenda do governo Lula.
A apartação ou desmame rendeu a Buega o maior desconforto de sua vida. Criou um ninho de inimigos (cobras venenosas), que formaram uma chapa e procuraram apoio do todo poderoso concessionário do sistema Globo, o campinense ingrato Eduardo Carlos. Alimentaram sua vaidade, massagearam seu ego e lhes prometeram a presidência após derrubarem Buega.
Para quem se espreme na fila dos bajuladores, que se submetem ao beija-mão palaciano na Capital não importando o governador de plantão, ser presidente da FIEPB é um cargo ostentoso. Está em todas as listas de convites para solenidades e próximo ao poder, tanto no estado, quanto em nível nacional. Todos os presidentes das Federações de todos os Estados têm um cargo na CNI. Participa de seus eventos, onde estão presentes toda a equipe do governo federal, presidentes de Bancos Estatais, banqueiros privados e grandes investidores, e frequentam este seleto ambiente, regado a vinho, champanhe e caviar.
A perseguição insana comandada pelo sistema Globo na Paraíba para atingir Buega Gadelha foi algo nunca visto no Estado. Levaram para o lado pessoal com o propósito de destruí-lo, ridicularizá-lo, não respeitaram sequer seu estado de saúde.
Cirurgiado da coluna, Buega foi vítima de um infarto, com implante de pontes de safenas.
Seus inimigos comportaram-se como sicários, cujo objetivo era matá-lo até fisicamente, diante do constrangimento a que foi exposto. Denegriram sua imagem em todo o Estado. Ato cruel de uma covardia indescritível. Cansado, Buega jogou a toalha. Sentiu-se só, doente, exaurido e sem forças para continuar a briga no Poder Judiciário, onde buscaria validar sua legítima vitória.
O presidente do TRT/PB que concedeu inúmeras liminares mantendo Buega no cargo mudou de opinião e o afastou alegando a inelegibilidade, pedido feito inúmeras vezes pela oposição e sempre rejeitado. Mas, atendendo a uma nova sentença de um processo requentado, não anulou a eleição. Nem poderia, pois tinha sido realizada pelo próprio TRT. Criou a jurisprudência “Pilatos”. Lavou as mãos e determinou um pleito entre os dois vices presidentes.
Cassiano Pereira, sem perder tempo, num gesto genuflexório, procurou Eduardo Carlos que estipulou o preço do seu apoio: dentre outras exigências, exigiu a cabeça de Buega Gadelha e o compromisso de rejeitar todas as contas pendentes da gestão. Sem pestanejar, Cassiano Pereira juntou-se aos que tentaram lhes derrotar, atendeu outras demandas “privilegiadas”, deu as costas a Buega e todos que confiaram nele e o ajudaram a elegê-lo como vice.
Buega amargou a traição e ingratidão, partindo de quem jamais esperou.
Este jornal ao ser fundado, 35 anos atrás, avisou e agora repete: nasceu para fazer jornalismo com paixão sob um único norte: Campina Grande.
A história d’A PALAVRA, começando na sua versão impressa, é realmente apaixonante. Forjada pelo profissionalismo da equipe, jamais baixou a guarda quando golpes se arquitetaram, traições se afirmaram, e nem quando afiadas lâminas de despudoradas guilhotinas foram elevadas para cortar suas verdades.
Poderia hoje ser um império de comunicação na Serra da Borborema. Poderia muito mais: ter dado à sua diretoria, ou mesmo aos seus colaboradores, bastante poder material – riqueza em abundância!
Mas, A PALAVRA optou pelo seguro caminho do dever cumprido. Pela missão sacerdotica de defender o amado chão. E por essas trilhas, já se sabe, o dinheiro é curto.
Não se ajoelhou A PALAVRA, a não ser em orações aos céus, em nenhum outro instante da sua existência. Chegou a cair várias vezes, tal qual Cristo no rumo do calvário, mas sempre se ergueu. Fechou suas portas em alguns momentos de intensas nebulosidades, mas as abriu tão logo brisas de paz sopraram nos céus da Rainha da Borborema.
Por isso, quem nela continua e quem por ela passou, só orgulho pode carregar.
Salários, para os seus trabalhadores, foram mais valorosos e perenes os ditos “morais”. Esses em que cédulas torpes e vis não são contadas e nem depositadas nas contas-correntes de cada um. Salários que a inflação não come, que a avareza não destrói, que a ganância não sepulta…
Aprofundar a história d’A PALAVRA, e contar os vários exemplos da íngreme caminhada, é mergulhar em febris situações. É apreciar as calosidades das mãos de todos quantos se dispuseram até aqui em levantar a sua bandeira varonil. Mas isso se faz desnecessário… A iluminada história d’A PALAVRA é parte intangível e inapagável dos anais de Campina Grande e da Paraíba.
Graças ao arrojo dos que fazem APALAVRA, e sobretudo à força divina que injeta ânimo no coração de todos, é admiravelmente sublime registrar que a cada hora, de cada dia, mais SALÁRIO MORAL se credita nas contas dos seus artífices, enriquecendo-nos de valores perpétuos.
Os cofres d’A PALAVRA sempre estão abarrotados. Cédulas e mais cédulas; moedas e mais moedas… Tantos milhões que não há calculadora no mundo capaz de apontar o resultado da soma.
Somos RICOS.
E, agradecidos ao Criador, é dever d’A PALAVRA publicitar também o seu melhor agradecimento a quem na Terra deu-lhe esta chance maravilhosa e abençoada: o leitor!
É imperioso realçar que nada – força física ou financeira que sejam – podará esse frondoso caminho que sustenta a nossa maior determinação, esta da defesa dos superiores interesses de uma cidade altaneira e de um povo altivo, trabalhador e honesto que permanece sendo açoitado inclusive por filhos (quase uns bastardos) que se locupletam do seu suor mas optam pelas brisas do Oceano Atlântico, e em seus palácios nababescos, em suas coberturas Holliwoodianas no Cabo Branco, tramam a derrocada da Capital do Trabalho esquecendo inclusive suas ancestralidades.
Convém a todos eles lembrar: Campina Grande será sempre, mesmo que não queiram e trabalhem em desfavor dela, MUITO MAIOR do que cada um desses vil traidores!
Campina Grande, 19 de dezembro de 2024
A REDAÇÃO