Reeleito presidente da ALPB, Adriano Galdino é festivamente aclamado

Publicado em 26 de novembro de 2024

A história política merece registros de fatos inusitados, quando acontecimentos se impõem como destaques raros, criando conjunturas que culminam em excepcionalidades. A existência do processo eleitoral na democracia é a oportunidade para disputas, travadas entre partidos, blocos e ideias. A fragmentação ideológica – em tese – impossibilita consenso que leve todos a se unirem em torno de um nome, capaz de agregar as mais distintas posições de eleitores qualificados.

O que se viu hoje (26/11/2024), na nova eleição realizada na Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba – antecipando-se a uma decisão do STF que pretende anular todos os reeleitos em 2023 – foi a consolidação da liderança do seu presidente Adriano Galdino, reeleito mais uma vez, por aclamação, com o voto aberto e todos os 34 deputados estaduais presentes, justificando o seu desejo de continuidade da atual Mesa Diretora dos Trabalhos Legislativos.

A ausência do deputado Walber Virgolino foi explicada através de ofício, com solicitação para considerar seu voto favorável. Encontrava-se em Cajazeiras numa audiência judicial. Não houve disputa, chapa única, sem nenhum protesto consignado, e 35 votantes, oriundos de todas as legendas e segmentos ideológicos, ora estabelecidos na Paraíba e no país.

A surpresa foi a coragem de Adriano, e a sua inabalável confiança em realizar um pleito seletivo após 53 dias das eleições municipais, onde todos os presentes brigaram em suas bases, para elegerem seus candidatos. O deputado Fábio Ramalho (PSDB) foi adversário de Adriano, em sua terra natal (Pocinhos). A candidata à reeleição era a esposa de Adriano, que apoiou o adversário de Fábio em Lagoa Seca. O Republicanos lançou Nilvan Ferreira, contra o candidato da deputada Jane Panta. Luciano Cartaxo, rompido com Cida em João Pessoa, dividiram o PT. Em Campina Grande, Sargento Neto que ajudou a derrotar Inácio Falcão e integra o primeiro escalão do prefeito Bruno Cunha Lima, licenciou-se do cargo para votar em Adriano. O mesmo fez seu opositor Tovar Cunha Lima. Os constrangimentos “paroquianos” foram superados e, juntos, todos os caciques fumaram o cachimbo da paz.

Ao agradecer a cada um, em seu discurso, Adriano elencou episódios individuais, destacando os laços de amizade suprapartidária, que desfruta de todos que compõem o Legislativo Paraibano. Ao dirigir-se a Tião Gomes, declarou seu empenho e reforçou sua promessa de indicá-lo para o TCE, na vaga do conselheiro Arthur Cunha Lima que alcança a compulsória mês que vem (dezembro de 2024). João Gonçalves, o decano da Casa com nove mandatos, destacou que já votou seis vezes em Adriano e elogiou o tratamento que lhes dispensa o presidente, em sua ótica isonômico e extensivo a todos os demais colegas. Até o líder da oposição, George Morais, registrou seu voto com elogios. Por sua vez, Adriano Galdino ao agradecer Eduardo Carneiro, estimulou sua candidatura à Câmara dos Deputados, e o convidou para integrar as fileiras do Republicanos. Gesto semelhante ao dirigir-se a deputada Jane Panta, e seu projeto de lançar seu esposo (atual prefeito de Bayeux) à Câmara dos Deputados.

O recado mais importante “pinçado” do pronunciamento de Adriano tem como alvo o Palácio da Redenção. Demarcou e instituiu a separação comportamental entre “lealdade” e “subserviência”. Por onde passou, sempre deixou a porta aberta. Lembrou seu apoio ao saudoso Ivandro Cunha Lima, sua amizade com Cássio – com quem sempre conversa – e sua convivência com Ronaldo Cunha Lima. Não guarda mágoas, rancores nem ressentimentos.

Tem espaço para dialogar até com o ex-governador Ricardo Coutinho. De resto, ficou nítida a decisão de Adriano de disputar a sucessão de João Azevedo sob quaisquer circunstâncias. A prova que faltava de sua capacidade agregadora foi atestada hoje, com mais uma reeleição para presidir a ALPB.

Fonte: Da Redação (Por Júnior Gurgel)