Após mais de meio século enquanto Campina teve meia dúzia de prefeitos somente agora a Paraíba vai conhecer o terceiro presidente da FIEPB

Publicado em 9 de abril de 2024

Buega chega amanhã ao fim da sua gestão na FIEPB

Campina Grande vai conhecer amanhã, e de resto toda a Paraíba, o terceiro homem a presidir a poderosa Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEPB), organismo sediado na Rainha da Borborema e que tem um orçamento milionário, causador de inveja em vários escritórios de potentados da Capital do Estado – na faixa de R$ 300 milhões anuais – que há anos manifestam a intenção e trabalham com o objetivo de para lá transferir a sua sede.

Em mais de meio século, enquanto Campina Grande, por exemplo, conheceu mais de uma dúzia de prefeitos, apenas Agostinho Velloso da Silveira e Francisco (BUEGA) Benevides Gadelha tiveram o privilégio e a oportunidade de comandar a FIEPB e tudo fizeram para que ela em Campina Grande permanecesse, não por algum motivo menor, mas pela extrema importância do Município se manter como o maior polo industrial do Estado, não à toa que atualmente a cidade hospeda dois terços de todas as diretorias sindicais da indústria paraibana.

A Paraíba é, aliás, o único Estado do País onde a sede da entidade máxima da indústria tem sede no interior e não em Capital, motivo de enorme e justificado orgulho para a população campinense em geral.

O pleito que acontece neste 09 de abril de 2024 é suplementar, somente para a vaga de presidente, em face do afastamento de Buega por decisão da Justiça do Trabalho. Concorrem, como preceitua o Regimento da FIEPB, os três vice-presidentes das regiões sindicais (João Pessoa, Campina Grande e Sertão).

Com a desistência do representante sertanejo, que decidiu abdicar do seu direito, apenas José William, vice sindical por João Pessoa atualmente presidindo interinamente a entidade, e Cassiano Pereira Pascoal, vice sindical por Campina Grande, disputam a presidência e um deles ocupará a vaga para o restante do mandato de Buega, com término previsto para 2027.

SOPRO DE MODERNIDADE

O primeiro presidente da FIEPB, agostinho Velloso da Silveira, que presidia o Sindicato da Tecelagem do Estado da Paraíba, foi quem edificou o majestoso prédio-sede da entidade, às margens do Açude Velho. Antes, a entidade funcionava no chamado Palácio da Indústria e Comércio, prédio na esquina da rua Maciel Pinheiro com a avenida Floriano Peixoto onde ainda hoje funciona a Associação Comercial do Municipio.

Agostinho Veloso foi o primeiro dos dois únicos presidentes da FIEPB

Agostinho, bastante influente no eixo Rio-São Paulo, conseguiu atrair diversos empreendimentos industriais para o Estado, mais especialmente para Campina Grande, a exemplo da fábrica de fogões Wallig Nordeste, a metalúrgica Arbame Mallory e fez gestões importantes para solidificar o Distrito Industrial de Campina Grande, abrindo espaço para empreendedores locais e empresas importantes como a CANDE e a DUPÉ, que mais tarde veio a ser adquirida pela São Paulo Alpargatas, dentre outras.

Agostinho viajou o mundo divulgando as potencialidades industriais da Paraíba

Buega Gadelha deu continuidade ao operoso trabalho de Agostinho e a ele é creditada a expansão do Sistema FIEPB, integrado por SESI, SENAI e IEL (Instituto Euvaldo Lodi), bem como a representação da entidade em João Pessoa, centros do SESI e SENAI em vários recantos do Estado, a Faculdade da Indústria paraibana, que funciona em Campina Grande na sede do SENAI, no bairro da Prata, bem como a construção do portentoso Centro de Couro e Calçados da Paraíba, no bairro de Bodocongó, responsável por manter Campina Grande como um dos maiores polos da indústria calçadista nacional.

Bem entrosado nas altas esferas federais, Agostinho granjeou benefícios para a indústria paraibana

Os dois candidatos integraram a mesma chapa de Buega nas últimas eleições, mas seus programas são diferentes. Enquanto José Wiliam anuncia uma espécie de continuidade da gestão de Buega, e dele está recebendo apoio pessoal, Cassiano promete mudanças, a começar pelo instituto da reeleição permanente, garantindo que doravante qualquer presidente só poderá concorrer a um único pleito de reeleição, bem como avisou que um dos seus primeiros atos será implantar o Portal da Transparência e contratar uma auditoria contábil para aferir as contas da entidade.

Fonte: Da Redação